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O apito final de Coritiba x Vasco vai demorar a soar para Édson Bastos. A assumida falha do goleiro teve grande peso na definição do título, mas não pode manchar uma história belíssima, de quatro anos e grandes serviços prestados com a camisa coxa-branca.

Édson Bastos viveu absolutamente de tudo neste período no Alto da Glória. Recordes pessoais e coletivos, títulos, fracassos, voltas por cima. Lembro que no co­­meço do ano passado o nome do camisa 1 aparecia em uma lista não oficial de jogadores que o Coxa aceitaria abrir mão por causa dos altos salários. Na mesma situação estavam Pereira, Marcos Aurélio e Jéci. Todos ficaram e viraram líderes da recuperação do Coritiba.

Édson Bastos sempre fez ques­­tão de dizer que era coxa-branca desde criança, e só fez se tornar mais coxa ao longo destes quatro anos. Se fosse diferente, não teria aliado a coragem que toma os goleiros em momentos extremos de ir à área adversária tentar cabecear com a expressão atônita de quem via um título tão desejado escapar.

A cara de Édson Bastos na área vascaína era a mesma de cada um dos mais de 30 mil coxas no Couto Pe­­reira. Se não fos­­se exatamente como qualquer um deles, não teria chorado co­mo chorou no estacionamento do estádio. Nem feito um pedido de desculpas tão sincero, algo raro em um meio cheio de falsidade.

É uma baita ironia que a falha de Édson Bastos tenha ocorrido justamente contra o Vasco. Foi como jogador do Vasco que Bar­­bo­­sa foi convocado à Copa de 50. Aquela que no imaginário popular o Brasil perdeu por uma falha dele, Barbosa. Um dos maiores camisas 1 que a seleção brasileira já teve entrou para a história por um gol que sofreu e carregou essa cruz para sempre. Édson Bastos não pode virar um Bar­­bosa coxa-branca. Ou um novo Berg, para ficar em um exemplo caseiro. Pela trajetória e pela identificação que tem com o clube, ele merece uma história me­­lhor para contar.

Reação

O Coritiba não tem muito tempo para lamentar a derrota. Chegar à Libertadores via Brasileirão é um sonho possível, mas para isso é necessário vencer já o Botafogo no domingo. Quanto antes descontar a derrota para o Atlético-GO em casa, melhor.

Dúvida

Qual o limite entre a confiança na capacidade de Paulo Baier em decidir jogos e a insistência com um jogador que talvez esteja precisando de um banco? Para Adilson, Baier ainda está na fase da confiança. O Atlético precisa demais que seu camisa 10 dê razão ao técnico no domingo, contra o Flamengo.

Tolerância

Aviso aos leitores: darei cinco rodadas de adaptação antes de avaliar o trabalho de Roberto Fonseca no Paraná.

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