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A já conturbada temporada do Coritiba ganhou mais um ingrediente explosivo com a abertura do impeachment do presidente Giovani Gionédis. Que me desculpem os conselheiros que vão conduzir o processo, mas, sinceramente, não consigo desvincular o caso e o seu resultado da performance do time nos 38 dias que restam de Série B.

A impressão é reforçada pelos prazos estipulados no estatuto do clube. Na melhor das hipóteses, o afastamento de GG será votado nos primeiros dias de dezembro, com o alívio pelo retorno à Primeira Divisão fresco na memória ou a frustração por passar mais uma temporada na Segundona entalada na goela dos sócios, responsáveis por votar contra ou a favor do impedimento.

É difícil exigir de torcedores comuns uma decisão racional com o resultado final de um torneio tão importante para a história do clube martelando na cabeça. Mais difícil ainda entender por que esse processo não foi iniciado antes, já que não é de hoje que a suposta falsificação é comentada no conselho do Coritiba, um órgão em que os integrantes devem aliar a paixão pelo clube a doses consideráveis de racionalidade.

Se a intenção de não trazer o tema à tona antes era não tumultuar o ambiente no Alto da Glória, podem apostar que não existe momento em que o time mais precise de paz do que agora.

Não me surpreenderá se, ao fim de todo o processo, o presidente coxa-branca for absolvido mesmo que a falsificação seja comprovada, mas com o clube promovido. Tampouco ele ser afastado do cargo sem que a adulteração tenha ocorrido, mas com o Coritiba condenado a mais um ano de Segundona.

Até lá, Gionédis vai trabalhar, como se diz no jargão popular, com a faca no pescoço. Ou, parodiando o governador Requião, sob a política do "ou sobe ou acaba".

Boas notícias

Nenhum outro clube trouxe tão boas notícias ao futebol paranaense em 2006 quanto o Paraná. Dentro de campo, o clube mostrou estar vivíssimo ao encerrar o jejum de conquistas estaduais. Fora dele, mobilizou a torcida para voltar à Vila Capanema.

A "cereja do bolo" paranista será a vaga à primeira Libertadores de sua história. Uma vitória hoje, contra o Flamengo, é fundamental para o Tricolor obter a vaga no continental.

Dos clubes que estão na caça ao Paraná, o mais perigoso é o Vasco. O time de São Januário não tem jogadores talentosos como o Cruzeiro, nem o forte conjunto do Santos, mas tem o até aqui inacreditavelmente manso Eurico Miranda.

Em algumas semanas, o time de Caio Júnior vai a São Januário enfrentar os cariocas. O Tricolor já sentiu na pele o poder de Eurico em seu reino, quando o cartola simplesmente invadiu o campo e encerrou uma partida em que a vitória paranista era questão de tempo. Sem falar no que Coritiba e Atlético já sofreram na Colina.

Carta na manga

O Atlético também está próximo de trazer boas notícias ao futebol paranaense. A classificação à semifinal da Sul-Americana é iminente, e nem Pachuca e nem Lanús são mais perigosos que River Plater ou Nacional. Triste é saber que, mais uma vez, o torcedor rubro-negro verá o seu time em uma decisão continental, mas provavelmente longe da Baixada. A não ser que a diretoria atleticana já tenha algumas cartas na manga para convencer a Conmebol a abrir uma exceção no regulamento do torneio.

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