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É impossível não tratar a aprovação da proposta de Petraglia para concluir a Arena como uma vitória política. MCP resgata um dos pontos a que ele fez questão de se agarrar quando escolheu Maluceli como seu candidato. E Malucelli fica até o fim do mandato quase como um dirigente de futebol de luxo. A separação dá a dimensão de como o Conselho Deliberativo - e, proporcionalmente, o torcedor atleticano - vê os dois dirigentes: Petraglia sabe cuidar do patrimônio, Malucelli deve tirar o time do buraco em que o enfiou.

Ao decidir que o Atlético pagará sua parte da conta sem alienar a Arena, o Conselho dá um significativo grito de independência. Mas também impõe ao Atlético a dura responsabilidade de concluir o estádio por conta própria sem sacrificar excessivamente o time de futebol e o bolso do torcedor. É possível, mas exigirá rigor no investimento e no controle de cada centavo que circular pelo clube até o fim da obra.

A construção da Arena e do CT do Caju - a despeito de benefícios recebidos pelos clubes - dão a Petraglia lastro para entregar a Baixada pronta para a Copa. Mas não se pode perder de vista a declaração do próprio dirigente, em fevereiro do ano passado, de que ele estava de olho nas oportunidades de negócios que o Mundial poderia trazer às suas empresas. É inconcebível que as empresas de Petraglia forneçam qualquer tipo de serviço para a obra da Arena, mesmo com a justificativa de oferecer preços melhores.

Na Band News, Petraglia citou César para dizer que não tinha vocação para ser vice. É bom, então, lembrar de outro ditado associado ao imperador: À mulher de César não basta ser honesta. É preciso parecer honesta.

Vida simples

A maior virtude do Paraná é a simplicidade. Observe as partidas do Tricolor. Não há momento de desespero nem virtuosismo desnecessário. O time joga com precisão alemã. Toma a bola na defesa e sai trocando passes pacientemente, até chegar no ataque. Perde a bola, todos marcam. Há dribles, mas nunca para fazer unicamente a fama do driblador - esse opção foi despachado na bagagem de Kelvin para Portugal. Se alguém dribla é para o ataque, buscando o gol ou para abrir espaço. O resultado está na classificação: o Paraná em terceiro, com 23 pontos. Se mantiver o aproveitamento até o fim, sobe e briga a valer pelo título.

A partida de hoje, contra a vice-líder Ponte Preta, é decisiva para a ambição paranista. A Macaca joga com um esquema similar ao do Paraná. São três volantes e um armador com liberdade, Rena­­tinho. No ataque, Ricardo Jesus é a referência e Ricardinho cai pelos lados. A chave para anular a Ponte é marcar bem Renatinho.

Quando a bola estiver nos pés do Tricolor, o melhor é jogá-la para a área. Dos 14 gols sofridos pelos campineiros, 10 foram a partir de cruzamentos. Bola no primeiro pau é o drama da Macaca. Sete gols saíram a partir da cabeceios desta região, o atalho perfeito.

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