O pacote de bondades da dupla Atletiba tem espaço para o Paraná. Há alguns dias, dirigentes de Atlético e Coritiba – provocados ou não – têm dito que se preocupam com o coirmão e que, no tempo certo, farão de tudo para dar-lhe uma mão.
Há uma grande dose de marketing nisso. Em um momento em que os dirigentes coxas e atleticanos estão sendo elogiados pelo armistício e pela parceria política e comercial, falar em ajudar outro time da cidade, em dificuldade, só aumenta a intensidade dos aplausos. Passa a ideia de que há uma preocupação com o futebol no todo, não apenas com o próprio umbigo.
Mas se Atlético (principalmente) e Coritiba estão falando em ajudar o Paraná, pode apostar que é porque ambos já descobriram uma maneira de ter um retorno com essa atitude. Mal comparando, é como o sujeito que faz doações regulares a quem precisa de olho no abatimento no imposto de renda.
A mais visível é a valorização de jogadores. Há dois anos, o sub-23 do Atlético vira um time invisível no segundo semestre. Acaba o Estadual e os destaques sobem ao elenco principal, uma segunda leva se espalha pelas quatro divisões do Brasileirão e o restante fica se alternando entre torneios na Europa e amistosos no CT do Caju contra o Laranja Mecânica. Desovar parte dessa molecada no Paraná cria mais uma vitrine para valorização, além de manter os jogadores na própria cidade – facilita a o monitoramento.
O mesmo vale para o Coxa. O clube montou um sub-23 para acomodar meninos que estouraram a idade e jogadores de contrato longo que não emplacara. Entre ter alguns deles no elenco do Paraná na Série B ou mantê-los indo a cada duas semanas a Siqueira Campos enfrentar o Pindorama, não há dúvida sobre o que é melhor.
Reerguer o Paraná também vale comercialmente para a dupla Atletiba. Como escrevi outro dia, há uma série de negócios que vão simplesmente travar ou desvalorizar se Coritiba e Atlético tentarem puxar o Paraná para dentro do barco. Em outras, ter mais alguns milhares de potenciais consumidores a oferecer fará a diferença na hora de fechar um contrato.
É lógico que o Paraná não pode se acomodar com essa situação. Como tantas outras soluções, o suporte da dupla Atletiba é uma das opções – não a única – para o clube sair do atoleiro. Um fôlego para o Paraná resolver o problema de hoje enquanto acha maneiras de zerar o passado e viver somente por si no futuro. Eu sei, você já viu esse roteiro se desenhar na Vila Capanema e o final nunca foi feliz. A situação atual do Paraná, contudo, não permite fazer planos sem contar com a ajuda da torcida, dos conselheiros e mesmo dos rivais.
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