Abril ainda não terminou e o Paraná já está fora do Estadual e da Copa do Brasil. A nítida impressão é de que o clube jogou quatro meses no lixo. O time que entra em recesso agora é pior do que aquele que voltou das férias em janeiro.
Toninho Cecílio tem sua parcela de culpa. Insistiu com o esquema errado, apostou em peças erradas, fez escolhas erradas dentro das partidas. O fim do jogo de quarta-feira é emblemático: quatro jogadores na defesa, um no meio e outros quatro no ataque. A desorganização foi a cara do time paranista no quadrimestre. É esse conjunto que justifica a saída de Toninho.
Culpar apenas o treinador é fácil e cômodo. Toninho deixou claro que teve participação mínima na montagem do elenco para este ano. A diretoria jamais rebateu essa colocação. Alex Brasil esteve à frente de um processo que, de convincente, trouxe apenas Reinaldo. Um péssimo cartão de visitas para o primeiro voo solo de Alex Brasil na formação do grupo tricolor.
Ano passado, Anderson, Ricardo Conceição, Zé Luís, Lúcio Flávio, Alex Bruno e os piás do Corinthians vieram todos a partir de contatos pavimentados por Ricardinho. Alex Brasil pegou o jogo ganho.
A diretoria paranista deveria aproveitar a criação da S/A e remanejar Alex Brasil para lá definitivamente. Abriria espaço para um gerente de futebol mais capacitado sem criar constrangimento a quem é tão culpado pelo fracasso em campo quanto Toninho Cecílio.
Sandália de prata
O atraso obsceno nas obras de mobilidade para a Copa em Curitiba indica em cores fortes o que muito se diz desde 2007, quando o Brasil ganhou o direito de organizar o torneio: o legado para o país, se existir, será mínimo e caro. O que o país terá a partir de 14 de julho de 2014 será uma conta pública salgada, uma dúzia de estádios novos (três particulares), puxadinhos sendo desmontados em aeroportos e uma ou outra obra que realmente terá utilidade à população. Nada mais.
Por aqui, muitos coxas-brancas e paranistas sempre criticaram duramente o empréstimo de dinheiro público na reforma da Arena da Baixada. Em janeiro, no dia que Alex estreou, Gustavo Fruet disse que procuraria maneiras de atender Coritiba e Paraná, para que a Copa fosse vista como algo realmente da cidade. Agora, vem à tona a possibilidade de a prefeitura receber da União o terreno da Vila Capanema e erguer uma nova Vila Olímpica para o Paraná. Operação com dinheiro público bem recebida por muitos paranistas. Amanhã ou depois, o município estenderá a mão ao Coritiba para melhorar o seu estádio ou construir um novo. E todos sairão satisfeitos. Não porque o dinheiro público foi preservado, mas porque cada um mordeu o seu quinhão. Isto aqui, ô ô. É um pouquinho de Brasil, ia iá...
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