Interessante e necessária a medida do Coritiba de anistiar os sócios inadimplentes para que eles voltem a contribuir com o clube. Pelos números de janeiro, o quadro associativo alviverde tinha 21 mil torcedores, dos quais 16 mil com pagamento em dia. É estes 5 mil que o clube quer seduzir novamente.
O Coritiba deveria olhar com mais atenção para outro número: 10.500. É esta a diferença entre a frequência média de sócios nos jogos do Estadual (5,5 mil) e o número de sócios em dia. No Brasileiro o quadro não era muito melhor. Somente em três jogos – Corinthians, Atletiba e despedida do Alex – o Coxa atraiu mais do que 10 mil sócios ao Alto da Glória.
O problema não é exclusivo do Coritiba. No Atlético, são 7,2 mil sócios presentes por jogo, ante um quadro ativo estimado de 20 mil. Ano passado, o volume de pagantes ausentes girava em torno de 6 mil.
Para o dirigente míope e egocêntrico, esse pode parecer o cenário dos sonhos: o torcedor paga e não vai pra arquibancada – vai que ele resolve vaiar o time ou, pecado maior, xingar o dirigente. Mas basta uma esfregada nos olhos e uma coçada na cabeça para ver o tamanho da cilada.
O torcedor que paga e não vai tem uma relação de tamanha indiferença com o time que, se tiver de cortar alguma despesa em casa, o plano de sócio-torcedor estará seguramente entre as três primeiras opções. Em um ano com todo mundo apertado de grana e os impostos subindo a rodo, ninguém vai ter muita dó de cortar uma despesa que não usa.
Fazer o sujeito que é associado ir ao estádio sempre é certeza de lucro. O cara vai consumir na lanchonete, comprar uma camisa, de repente até arrastar algum amigo ou vizinho que não iria ao estádio. Fora que o Couto com um público mínimo de 15 mil pessoas ou a Arena com pelo menos 20 mil sempre serão mais estimulantes para o time, intimidadores para o adversário e atraentes para patrocinadores.
Logicamente esse torcedor não vai sair do sofá por conta própria. Um time bom ajuda demais, embora haja outros passos antes de chegar a esse esquadrão dentro de campo. Os planos de Atlético e Coritiba são estáticos demais, estão defasados. Corinthians e Palmeiras lotam suas arenas em qualquer jogo porque tratam seus pacotes como planos de milhagem. Ir sempre ao estádio dá o direito a entrar de graça ou ter desconto em produtos oficiais. O Barcelona tem mecanismos de revenda do assento do sócio que não for ao jogo – clube e associado racham o lucro. São ideias que precisam estar em mente, junto com a consciência de mais importante do que pagar a mensalidade, é o torcedor estar no estádio.
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