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Causou-me os piores arrepios possíveis a cena do policial militar à beira do fosso da Arena, com sua arma de balas de borracha apontada na direção do público. Im­­possível não lembrar de cena similar no Couto Pereira, em 6 dezembro de 2009.

Como o episódio do Coritiba já foi devidamente comentado, detenho-me apenas ao da Baixa­­da. A reação dos policiais foi completamente desproporcional ao que acontecia na arquibancada: torcedores irritados com a arbitragem fazendo um protesto em que a arma mais "perigosa" era cuspe. A polícia deveria limitar-se a coibir excessos. Contudo, agiu como se estivesse diante de um bando de vândalos armados até os dentes. Praticou repressão disfarçada de prevenção.

A incapacidade da polícia brasileira em lidar com multidões é notória. Difícil ver uma passeata pelo Brasil que não termine em pancadaria. Essa lógica é levada aos estádios. Se há concentração de pessoas, apela-se à repressão desmedida, a impor o medo e o pânico.

Um cenário preocupante a curto prazo. A Arena terá jogos tensos daqui até o fim do Campeonato Brasileiro, todos sujeitos a protestos. A polícia precisa ter equilíbrio para respeitar o direito que todo o torcedor tem de criticar seu time ou a arbitragem e para detectar quando o torcedor passou do ponto. Sábado não foi o caso.

A preocupação aumenta se lembrarmos que o último jogo do ano em Curitiba será um Atletiba que pode levar o Atlético à Se­­gunda Divisão e o Coritiba à Liber­­tadores. Um teste e tanto, pensando até em Copa do Mundo – e para o qual, claramente, a polícia não está preparada.

Um passo por vez

A vitória sobre o Náutico encheu os paranistas de otimismo e o acesso voltou a ser tema corrente na Vila Capanema. Ainda é cedo para falar da possibilidade, que, de qualquer maneira, depende do que acontecer hoje, em Jua­­zeiro, contra o Icasa, para ganhar materialidade. Um jogo duro, contra um adversário ameaçado de rebaixamento – mesmo perfil da partida contra o Salgueiro.

Guilherme Macuglia vai para o Ceará com o mesmo time que bateu o Náutico. O que significa mandar o antigo titular Lima para a reserva e retardar a efetivação como titular dos outros reforços. Macuglia está certo. Mantém a aposta no que deu certo e vale-se do pouco de entrosamento que a formação adquiriu, exatamente em um momento em que houve pouco intervalo entre um jogo e outro, fora a viagem longa e cansativa.

A matemática mostra um Paraná exatamente no meio do caminho. São oito pontos para o G4 e outros oito pontos para a zona de rebaixamento. O futebol exibido na sexta-feira permite olhar para cima, mas com moderação. Por enquanto, o máximo que se projeta para o Tricolor é um fim tranquilo de Série B. Para conseguir mais, será necessária uma sequência maior de vitórias, que precisa começar hoje.

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