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Era certo que o Coritiba tomaria pressão da entusiasmada torcida do Paysandu. Como também era de se esperar que a partir do momento que a pressão reduzisse e a disputa passasse apenas para a bola, o Coxa prevalecesse. Foi o que aconteceu no Mangueirão. Os alviverdes tomaram sufoco no início, ajustaram a marcação ao longo do primeiro tempo e chegaram ao gol pouco antes do intervalo.

No segundo tempo, a vantagem poderia ter sido tranquilamente ampliada, tal o número de chances criadas pelo Coritiba. O gol não veio, o que é sempre ruim, pois as chances perdidas podem fazer falta em outra partida. Mas a classificação foi obtida sem grandes sustos. A lamentar, apenas, a chuva de objetos no fim do jogo, um desfecho triste para a bela festa bicolor. Agora, Marcelo Oliveira e os jogadores têm o desgaste da longa viagem, com mudança brusca de temperatura, para administrar até o Atletiba de domingo.

Fogo médio

Depois de dois anos, finalmente consigo passar uma semana de Atletiba em Curitiba. Cortesia das férias, iniciadas na emenda do feriado de terça-feira. E, principalmente, graças a Helena, que está para nascer a qualquer momento, talvez no dia e hora do clássico – ao menos este é o plano, afinal, 6 de maio é uma data especial para senhor&senhora Mendes Júnior.

Queria sentir um pouco mais o clima do clássico. Mesmo antes de trocar Curitiba por São Paulo isso era difícil, afinal, eram horas e horas vendo o mundo pela janela da redação. Mas ainda há pouco de Atletiba no ar. Talvez porque o frio iniba manifestações efusivas de ansiedade por qualquer coisa. Um pouco pela atenção dispensada à Copa do Brasil. E há também a neura em torno de arbitragem, tribunal, cartolagem e tudo mais. Na dose certa, isso aquece um clássico, mas quando passa da conta faz com que se esqueça que há um jogo de bola no domingo para apreciar e se emocionar. Será?

Para se emocionar, não tenho dúvida. Impossível ficar indiferente a um Atletiba. Para apreciar, acho pouco provável. O regulamento da final, sem desempate por saldo de gols, é perfeito para incendiar o jogo de volta na mesma medida que anestesia a partida de ida.

Se o Atlético, mandante deste domingo, fizer 1 a 0, que benefício terá em partir para o ataque em busca de mais um gol? Seja por 1 a 0 ou 5 a 0, a vantagem de uma vitória na Vila Capanema será anulada com um mísero gol coxa-branca no Alto da Glória. Melhor se agarrar ao 1 a 0. O mesmo vale ao Coritiba. Por que se expor? O empate vale ouro, exige uma vitória simples no Couto Pereira. Em caso de vitória ou derrota, o benefício ou o prejuízo serão muito mais psicológicos do que matemáticos. Em um campeonato inchado e deficitário, não surpreende que a Federação nos obrigue a bocejar até a última partida para, enfim, viver uma semana intensa de decisão.

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