O título acima é o slogan das Organizações Tabajara, companhia criada pela turma do Casseta & Planeta. Pois as Organizações Tabajara têm fincado os pés no futebol paranaense. A mais recente prova da penetração das OT nos nossos gramados foi dada pelo Coritiba.

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Repetindo a medida adotada pelo Atlético, o Coxa decidiu criar janelas nos treinamentos para atendimento à imprensa. Prova de que o pessoal no Alto da Glória tem levado a série a tresloucada teoria de Giovani Gionédis de que a culpa pelo declínio do time é dos jornalistas.

O Atlético não colheu nada de resultado prático com a restrição. O time não jogou melhor, Denis Marques não aprendeu a fazer gols, Danilo e João Leonardo não viraram Baresi e Maldini. Para o Coritiba, também nada de útil. Se a intenção for fazer William acertar o gol ou Jackson virar o craque que Bonamigo pensa que ele é, desistam, isso não vai acontecer.

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A desculpa na ponta da língua dos alviverdes é: se eles podem, nós também podemos. Da mesma maneira que no Atlético foi: na Europa é assim.

Bem, estamos no Brasil, e os nossos cartolas deveriam imitar os europeus em inúmeras outras coisas, como exploração da marca do clube, transparência na gestão, estrutura física e de trabalho profissional. E na hora de copiar o que é feito no Brasil – e o Atlético tem ótimas lições a ensinar, vide a Arena e o CT –, que pelo menos imitem o que realmente dá resultado.

Pois se ainda estivesse vivo, até mesmo Bussunda, o eterno CEO das Organizações Tabajara, soltaria o indefectível: Fala sério!

O rei do jogo

Contei com a pontualidade do ônibus e a incomum agilidade das minhas pernas compridas e pesadas para chegar em casa antes das nove horas da noite do plantão de sábado. Tamanha pressa era para não perder o início de O rei do jogo, filme que estrearia às 21 horas (daí a preocupação com o relógio) na tevê por assinatura. Eu já sabia o que esperar do filme, gentileza do colega de redação Irineo Netto, repórter do Caderno G, que havia me resumido a história em um papo sobre a despedida de Andre Agassi.

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Stan Ross é um jogador fictício do Milwakee Brewers, time real da liga de beisebol dos Estados Unidos. Já veterano, ele deixa o time na mão em meio aos playoffs porque atingiu a rebatida número 3.000 da sua carreira, que lhe garantiria um lugar no Hall da Fama.

Quase uma década depois, com 47 anos, Ross volta ao pitch porque estatísticos descobriram que na verdade faltavam três rebatidas para a marca histórica. O veterano enfrenta uma maratona de treinamentos para entrar em forma, lida com os marrentos companheiros de time, vai de motivo de chacota a ídolo para a imprensa e se vê impotente diante do egoísmo que marcou toda sua carreira. No fim... Bem, não vou estragar o final. Veja o filme na tevê ou pegue na locadora, vale a pena como entretenimento.

A uma certa altura do filme, quando via Ross (interpretado por Bernie Mac) se matando para fazer alongamentos, me lembrei imediatamente de Gustavo Kuerten. A trajetória real do brasileiro e a fictícia do astro de mentirinha do beisebol são diferentes, é verdade. Guga não deixou as quadras por vontade própria, também não estava atrás de uma marca pessoal e tampouco tem um time ao seu lado para amenizar a má forma física comum a quem ficou muito tempo parado.

Porém, a obstinação do personagem central do filme deve servir de exemplo para Guga. É atrás de terminar uma obra que ficou pela metade que tenista brasileiro está quando fala em voltar às quadras, mesmo sem ter certeza de que isso será possível. E é por isso que ele topou até reatar com Larri Passos, que deve lhe dar o primeiro treino em quadra nos próximos dias.

No fim, só Kuerten saberá se valeu a pena. Seja por conseguir o objetivo profissional que o fez voltar, seja por descobrir algo muito mais valioso, que nem ele esperava encontrar. Veja o filme, você vai entender.

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O colunista Tostão está de férias.