A finalidade principal de um time de futebol é ganhar títulos. Quanto maior o número de troféus e que ótimo se eles forem relevantes , maior o número de torcedores. Desculpem-me por abrir a coluna com duas obviedades, mas às vezes é preciso recorrer a princípios básicos para comentar determinadas situações.
Amanhã o Atlético estreia na Copa Sul-Americana, contra o Flamengo, com um time reserva. Decisão de Renato Gaúcho. Ele prefere resguardar os titulares para evitar o rebaixamento no Brasileiro a levar a sério uma disputa em que o Atlético tentará o primeiro título internacional da história do futebol paranaense. A diretoria, mesmo contrariada, acatou. Não quis arcar com o ônus de impor o uso dos titulares na Sul-Americana e correr o risco de dar uma desculpa pronta em caso de fracasso no Brasileiro.
Ainda assim, discordo. O Fluminense de 2009, que os treinadores gostam de citar como exemplo quando têm uma missão impossível nas mãos, saiu do lodo da zona de rebaixamento (onde, aliás, foi deixada por Renato Gaúcho) ao mesmo tempo em que avançava na Copa Sul-Americana. Os triunfos no torneio continental serviam de estímulo para o time vencer no Brasileiro. E os triunfos no Brasileiro empurravam o time adiante no continental. Um ciclo virtuoso, que ignorou o lugar-comum de que conciliar duas competições inevitavelmente arrebenta o elenco. Acontece, mas não pode ser considerado como regra.
Ao varrer a Sul-Americana para debaixo do tapete, Renato Gaúcho pensa apenas em resolver o seu problema. Foi contratado para evitar o rebaixamento, então vai tirar do caminho tudo o que possa ser um estorvo. Mas a diretoria do Atlético, ao aceitar essa situação, assume o pensamento de clube que se contenta em não cair, não de time que sonha com títulos importantes.
Bônus
Fiz questão de separar essa parte, para não transformar o que deve ser visto como bônus em atrativo principal. Na carona de um eventual título da Sul-Americana vêm a na Libertadores, a disputa da Recopa contra o Santos no Japão e várias oportunidades de ganhar dinheiro que uma conquista internacional é capaz de abrir. O Atlético deve pensar no seu presente imediato (esse restringe-se a não cair), mas não pode fechar os olhos para aquilo que pode lhe oferecer um futuro melhor.
Agilidade
Virgílio Elísio, diretor da CBF, disse que, pela lógica, o Coritiba herda a vaga do Vasco na Libertadores caso o time carioca vença a Sul-Americana. É o que teria acontecido ano passado com o Vitória se o Santos ganhasse o continental. Ano passado essa norma estava escrita, neste ainda não. Tratando-se de CBF, não custa cobrar o registro. Se por um lado ainda é cedo, pois o torneio nem começou, por outro é melhor se prevenir, antes que gente graúda comece a ficar de olho nessa possível vaga.
- Gerson, João e o jornalismo bozo
- 6 a 0
- Seu time lutou? Desconfie
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