Enfim, Atlético e Coritiba trouxeram sua política de ingressos para o século 21. Um passo ainda tímido, mas bem-vindo, com a alteração na tabela de preços. O Atlético concede desconto a sócios que comprarem um bilhete avulso. O Coritiba passa a cobrar preços condizentes com o tipo de jogo.
É possível dizer que a promoção do Atlético ainda é tímida. Que o Coritiba até aproveitou a nova tabela para um tímido reajuste nos jogos mais caros. Ok, mas a grande notícia é que ambos se deram conta de duas situações: não se enche de sócios um estádio com 40 mil lugares do dia para a noite e estádio vazio é prejuízo na certa.
Aliás, mesmo um estádio lotado por sócios tem seu lado ruim. Desacelera a renovação da torcida. Limita a venda de produtos do clube em dia de jogos. Nem o Barcelona se contenta em ter um Camp Nou somente para sócios. Pelo contrário. Estimula o associado que não vai a vender (talvez alugar seja o termo mais adequado) seu lugar em parceria com o clube. Quer seu estádio cheio sempre porque compreende o reflexo disso no desempenho do time, porque entende seu papel de “atração turística” e porque quanto mais gente em campo, maior o potencial de consumo nas lojas do estádio.
Essa última parte é prática corrente no esporte norte-americano. A lógica de supermercado, em que ter produto encalhado na prateleira é prejuízo. Cadeira é o produto de um estádio e o clube precisa fazer de tudo para que essa mercadoria não encalhe. Perde no valor avulso, ganha no potencial de consumo dentro do estádio.
Teorias simples do marketing esportivo, que muita gente de nariz empinado e discurso rebuscado era incapaz de por em prática. Atlético e Coritiba não têm mais esse problema. Perceberam uma realidade (baixa venda de ingresso avulso), ouviram seus torcedores (gritaria contra preços altos) e buscaram um modelo melhor. Que sigam assim.
“Valdomedo”
Nedo Xavier é especialista em times que lutam para não cair. É tão eficiente nisso que alguns deles quase sobem – vide o Boa Esporte. Quando pegou um time de torcida com a missão de subir, fracassou – vide o Fortaleza.
Essa condição de Nedo fica claro comparando seus times dentro e fora de casa. Hoje, o Paraná conhecerá essa face do seu treinador. Se quiser subir com Nedo, o Tricolor dependerá de seu treinador se reinventar ou de ter um elenco que não tem dinheiro para comprar.
Sem omissões
Desde janeiro, Gilberto Griebler é um membro fictício do Conselho Administrativo do Coritiba. Deveria renunciar. Se não toma essa iniciativa, Bacellar, Pedroso, Macias, Guerra ou a mesa do Conselho Deliberativo devem fazê-lo. O Coxa não pode ficar com um vice-presidente fantasma no seu “G-5”.
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