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Quando já parecia concluída, a belíssima obra do Coritiba dentro de campo em 2011 ganhou dois novos capítulos. O primeiro, coletivo, com os três últimos resultados que permitem ao clube sonhar com a vaga na Libertadores. O segundo, individual, a convocação de Emerson para o Brasil x Ar­­gen­­tina da semana que vem.

Logicamente um fato está ligado ao outro. A excepcional campanha do Coritiba na temporada deixa o time inteiro mais visado. Emerson tem boa parcela de responsabilidade pelo sucesso coxa-branca. Sua função primordial, defender, é cumprida com louvor. Ele arrumou a zaga do Coritiba e permitiu a Marcelo Oliveira livrar-se da obrigação não escrita de escalar Pereira e Jéci juntos, fórmula de fracasso comprovado. E Emerson ainda faz muitos gols quando vai o ataque, um extra e tanto.

Li algumas ressalvas – pertinentes, até – sobre a convocação. Que o momento da seleção torna o chamado menos especial. Que a restrição a atletas em atividade apenas no Brasil facilitou. Real­­mente jogar pela seleção não é mais uma façanha para poucos, mas ainda assim é algo raro para um jogador em atividade no Pa­­raná. E – mesmo com os senões da idade, de ter sido protagonista de uma conquista nacional pouco antes e da proximidade maior da Copa – Kléberson garantiu seu lugar no grupo pentacampeão de 2002 a partir de amistosos em que Felipão não convocou "estrangeiro" algum.

O caminho de Emerson é mais longo e mais difícil. A convocação é para apenas um amistoso e ele precisará atuar em alto nível por três anos para superar uma dura concorrência, com nomes como Lúcio, David Luiz, Thiago Silva, Luisão... Além disso, terá 31 anos em 2014.

Para o Coritiba, fica o carimbo da seleção em um ano especial. O último jogador chamado para a equipe principal enquanto vestia a camisa coxa-branca tinha sido o lateral-esquerdo Adriano, para a Copa América e o amistoso da paz contra o Haiti, ambos em 2004.

Telefonei para o Guilherme Costa Straube, dos Helênicos, para confirmar se o hiato era mesmo de sete anos. Guilherme tinha em mãos a lista de outros jogadores do Coxa convocados. Lembramos que quase todos haviam sido chamados durante um grande momento da equipe: Jairo durante a sequência de títulos dos anos 70; Dida no lastro do título brasileiro de 85; Flávio pela ótima campanha de 98; Adriano pelo desempenho no time bicampeão estadual de 2003/04. A exceção foi Milton, que sobressaiu-se no mediano time de 1987. Na mesma conversa, o Guilherme constatou que quase todos foram negociados pouco depois. Jairo e Dida com o Corin­­thians; Milton para o Como, da Itália; Adriano para o Sevilla.

Emerson também chega à seleção como um dos destaques de um grande ano no Alto da Glória. Que tenha sucesso e vida longa com a camisa amarela, mas que não repita a segunda parte da história. O Coritiba ainda precisa muito mais dele do que o Mano Menezes.

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