Nem vou entrar no mérito do valor supostamente pedido por Paulo Roberto Falcão para treinar o Atlético. Mesmo que custe 10% dos R$ 500 mil citados por esta Gazeta do Povo, ele será caro.
Falcão não treina um time há uma década e meia. Seu breve currículo ajuda a explicar tamanha ausência. Sua única referência profissional é ter dado a primeira chance aos tetracampeões Mauro Silva, Márcio Santos e Cafu na seleção. Contratar Falcão é uma excentricidade comparável a trazer Lothar Matthäus, bom de marketing, mas ruim de banco de reservas. Duvido que algum atleticano tenha saudade do estrago feito pelo alemão.
Dos outros nomes, Silas saiu de Grêmio e Flamengo porque perdeu o controle do elenco, mesmo problema de Sérgio Soares na Baixada. Emerson Leão é o sujeito que pode chegar e afastar Paulo Baier, pois é o que costuma fazer por onde passa: escantear a estrela do time. Hélio dos Anjos é um nome razoável e Marcelo Bielsa, um belo sonho, embora muito distante. Mas, por que não sonhar?
O simples
Paulo Baier é o maestro, o cara para quem todos torcem que a bola vá quando o gol insiste em não sair. Passou pelo pé dele, é meio caminho para acabar na rede. Bill é o renegado, o sujeito que faz o torcedor se arrepiar quando o vê chegando perto da bola. Se ela cai em seu pé, é meio caminho para acabar nos últimos degraus da arquibancada.
Dá gosto de ver Paulo Baier jogar. Ele não é um craque. Sua maestria está em descobrir atalhos. Em um futebol cada vez mais corrido, Baier faz o simples: pensa. O raciocínio tira os zagueiros acéfalos do caminho, economiza energia, garante vitórias. Baier dá exemplo para qualquer profissão, faz lembrar que a inteligência ainda prevalece sobre o vigor.
Ver Bill jogar é, de certa forma, aflitivo. Ele perde gols feitos, erra passes primários. Inevitável concluir que a contusão do ano passado lhe deu uma sobrevida no Coxa. O pouco tempo que lhe restou não foi suficiente para provar que não valia investir nele. Mas neste início de temporada Bill está provando exatamente o contrário. Sem ser brilhante, tem feito seus gols, cumprindo o dever de todo camisa 9. Não deixa de ser um exemplo. É possível ser eficiente sem ser genial. Basta fazer o simples.
Fazendo o simples Paulo Baier e Bill levaram a dupla Atletiba a corresponder às projeções feitas antes do início do Campeonato Paranaense. Pela base mantida do ano passado e o investimento muito maior, a lógica manda que Atlético e Coritiba deveriam ganhar sempre com folga, em uma sequência quase burocrática até decidirem o título. Uma teoria que muitas vezes não vira prática.
Talvez a simplicidade com que Paulo Baier e Bill chegaram ao gol no fim de semana não baste para iniciar essa rotina monótona. Mas pelo menos serviu para lembrar que daqui menos de duas semanas tem Atletiba. Lá, fazer o simples será meio caminho para a vitória.
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