Brilhante ao transformar um time rotulado como favorito ao rebaixamento em sensação da primeira metade do Brasileiro, Caio Júnior patina na missão de manter o Paraná no topo da tabela. A dificuldade em mobilizar novamente os jogadores é evidente e a cada rodada que passa o Tricolor deixa mais clara a impressão de ser um time cujo prazo de validade venceu na virada de turno.

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A explicação para a queda paranista está no início da competição. Em entrevista ao caderno especial do Brasileiro publicado pela Gazeta do Povo, o atacante Leonardo traçou sua meta para o torneio: jogar bem o suficiente para ajudar o Paraná e conseguir uma transferência para a Europa.

O objetivo do camisa 9, comum a qualquer jovem jogador ainda em busca de um espaço no futebol – e o elenco paranista é cheio destes atletas –, esteve muito próximo de ser alcançado em agosto, com o time na disputa pela liderança do Nacional e o mercado europeu no seu período mais efervescente. Mas a primeira posição foi perdida no Morumbi e as propostas por Leonardo, Angelo e Gustavo não se transformaram em negociações.

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Contaminada pela euforia da arrancada em campo e da volta à Vila, a diretoria pouco contribuiu para, como adoram dizer os treinadores, manter o time com os pés no chão. Elegeu uma conquista de turno, que não dá troféu nem classifica para campeonato algum, a maior da história do clube.

Ainda há tempo para recuperação. À essa altura do primeiro turno o Tricolor era apenas o 17.º e a gordura acumulada até aqui é suficiente para evitar o pior. Mas sempre o torcedor ficará com a impressão de que sem essa série de maus resultados o Paraná poderia ir muito mais longe no Brasileiro.

Ao perdedor, as batatas

Há cinco rodadas Rodrigo Batata é o melhor jogador do Coritiba. Esforçado, incansável e polivalente, tem o espírito que o torcedor tanto cobra de um time que está na Segunda Divisão. Talvez Batatinha ja-mais tenha jogado tanto quanto jogou nas últimas semanas. Faz isso pela sua carreira, pelo clube e especialmente por Bonamigo, o homem que o resgatou do ostracismo por ver nele um ótimo coadjuvante.

E é assim que Batata será útil ao Coxa, como o coadjuvante que entra em campo no momento do sufoco. Jamais como o "craque" do time, papel que Cristian, Jackson e Paulo Miranda deveriam assumir. Há cinco rodadas o trio – Paulo Miranda só esteve presente em duas – se recusa a fazer o que se espera dele. Há cinco rodadas Batata é a referência do time. Há cinco rodadas o Coritiba perdeu o rumo na Segundona.

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Passa, tempo

Zagueiro sentado em cima da bola, passe de calcanhar no sufoco, jogador que há anos não consegue se firmar no clube virando herói nos acréscimos. E tudo isso para vencer o pior time da história do Brasileiro por pontos corridos. O atleticano não vê a hora de dezembro chegar...

Leonardo Mendes Júnior, editor de Esportes da Gazeta do Povo, substitui o colunista Carneiro Neto, de férias.