Quando o Coritiba perdeu a final da Copa do Brasil, me apressei em escrever sobre a necessidade de não transformar Édson Bastos em um pária. Havia toda uma história de títulos e dedicação ao clube que davam crédito de sobra ao goleiro. Não havia sentido em fazer dele um Barbosa coxa-branca.

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Já se passaram mais de dois meses da decisão e fica cada vez mais difícil defender a manutenção de Édson Bastos como titular. Tem pouquíssimo a ver com o erro no chute de Éder Luís. Tem muito a ver com as atuações recentes dele. Édson Bastos tem falhado com frequência. Ora sai mal do gol, ora solta bolas perfeitamente agarráveis, ora faz golpe de vista quando não deve (vide o gol do Fla­­men­­go). Como não estou dentro da ca­­be­­ça dos zagueiros, não posso dizer que ele deixou de passar se­­gu­­rança. Mas para quem vê de fo­­ra, é unânime o susto cada vez que a bola se aproxima da área co­­xa.

Acho complicado falar em idade. Édson Bastos tem 31 anos, está novo para um goleiro (eu também tenho 31, ai de quem falar que estou velho). Talvez simplesmente a fase não seja boa. E, como não é possível uma alteração tática que alivie a carga do goleiro, pode ser o momento de mudar, dar uma chance a Vanderlei.

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A presença de dois grandes goleiros no elenco desde 2007 sempre foi um trunfo para o Coritiba. Mesmo nos momentos ruins, bastava olhar para trás e ter a certeza de que o adversário teria de atacar muito até pôr a bola na rede. Se Édson Bastos erra e nem se cogita a entrada de Vanderlei, dá-se margem para acreditar que a disputa intensa foi substituída por acomodação. O que só reforça a ideia de que uma mudança é bem-vinda para restabelecer o nível de excelência do gol coxa-branca.

Carimbados

Quando confrontado com o fato de o Atlético ter um time inteiro com contrato a vencer no fim do ano, Marcos Malucelli contra-ar­­gu­­menta dizendo que é das categorias de base que sairá boa parte do elenco para começar 2012. E lista quase 20 jogadores entre 20 e 23 anos que compõem essa base, entre quem já está integrado ao elenco profissional, atletas que estão no sub-20 e garotos emprestados a outros clubes.

Matematicamente fecha, em­­bo­­ra o próprio Malucelli saiba do risco de subir muitos garotos de uma só vez. Basta lembrar dos vice-cam­­peões da Copinha de 2009, cuja promoção foi apressada por pres­­são da torcida e da imprensa. Apenas Neto e Manoel de fato vingaram. Mas é outro nú­­me­­ro que mais chama a atenção. Al­­gumas das apostas de Malucelli (Bruno Pires, Lucas Sotero, Bruno Furlan) sobem com 30% dos seus direitos presos ao Capa, clube amador com o qual o Atlético manteve par­­ceria até 2009. Garotos que eram da base rubro-negra, foram re­­passados ao Capa e mais tarde vol­­taram ao CT do Caju com um carimbo de 30% do antigo parceiro. Agora esperança de um futuro melhor na Baixada, esses garotos já sobem com a certeza de que qualquer lucro com eles será partilhado.

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