Walter precisou de apenas um jogo do Brasileirão para demonstrar que a construção de um novo Atlético gira em torno dele. Dentro da área ou fora; metendo a bola na rede ou servindo os companheiros, foi o grande nome contra o Inter. Agora, o Atlético precisa construir um time em torno de Walter. Sim, pois da mesma maneira que o Atlético do Torneio da Morte e da eliminação na Copa do Brasil não era o Bambala FC, também não virou o Barcelona da Afonso Botelho por causa do coco sobre os gaúchos.

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Felipe tem se mostrado um camisa 10 aceitável? Sim, mas é possível ter alguém melhor. Douglas Coutinho jogou o futebol que parecia ter se transferido sozinho pra Europa em janeiro? Sim, mas ele pode cair fora em junho e será necessário ter alguém melhor. Marcos Guilherme a bola que todos sempre imaginavam que poderia jogar? Exato, mas o Atlético perderá o jogador por no mínimo 30 e no máximo 45 dias, cortesia do Mundial Sub-20. Mesmo o amanhã de Walter é uma eterna interrogação.

O fundamental no momento é o Atlético ter desfeito o cenário de terra arrasada. Quando voltar à Arena no outro fim de semana, contra o Galo, certamente será com outro ambiente. Walter deu um norte para o time.

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Negueba, por sua vez, é o polo magnético da bússola desregulada que se tornou o Coritiba. Isso está claro na ponta mais recente deste processo, a derrota para a Chapecoense. Negueba recebeu inúmeras bolas na direita em que parou, ameaçou o drible como um Garrincha do terceiro milênio e foi desarmado como um mané de qualquer época. A última custou o gol da derrota. Mas Negueba também está lá no início do processo. Em janeiro entrevistei Alex, material publicado no dia da estreia do Coritiba em casa, contra o Maringá. O ídolo alviverde apontava como quebra de filosofia a aposta em jogadores como Negueba e Rodolfo, em detrimento de garotos como Dudu e Zé Rafael. Declaração literal que causou acentuado melindre dentro do clube, como sempre preocupado mais com o mensageiro do que com a mensagem.

Negueba saiu do primeiro jogo com o Fortaleza com o carimbo de improdutivo e talvez irreversivelmente queimado da partida em Chapecó. Rodolfo – a revelação do Madureira de 2013 – funcionou tão bem como camisa 10 que quando o time não tinha outra opção além dele, preferia jogar só com volantes. E agora põe as fichas nos seus novos 10.

A exemplo do Atlético, o Coritiba precisa de uma remontagem. A questão é: vai tirar dinheiro de onde? O cofre vazio fez o time se agarrar a Negueba e afins. Logo se verá no mais cruel dos dilemas. Qual prejuízo é menor: se endividar para não cair ou passar um ano na Série B?