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Inventaram o "gol fora de casa". Brilhante! Um "gol fora de casa" vale mais que um "gol dentro de casa". Essa é a matemática do futebol. Santos e Inter perderam, mas venceram. Vitória e São Paulo venceram, mas perderam! Foi assim que aconteceu. Os perdedores comemoram as derrotas e os vencedores choraram as lágrimas da derrota.

Houve um tempo em que o que valia no futebol era "bola na rede". Hoje, esse conceito é relativo. Se for em casa é uma coisa. Fora, é outra. O drama das torcidas começa quando o time sofre um gol em seus domínios. Há um abatimento geral. Duro golpe. Santos e Inter venceram em casa e a grande vantagem é que Vitória e São Paulo tinham zero no placar.

A tal regra do gol fora de casa torna a disputa injusta. Antiga­­mente prevalecia o saldo de gols, esse sim um critério adequado. Essas derrotas com sabor de vitória deixam no ar uma certa desconfiança, um certo clima de trapaça. Cada time vence uma partida, marca o mesmo número de gols, mas o local onde eles aconteceram é que decide.

No caso do Santos, houve justiça. Saldo de gols. O que abateu os jogadores e os torcedores do Vitória foi o tamanho da vantagem que o "gol fora" de Edu Dracena estabeleceu no jogo. Tornou o objetivo de vencer e ainda marcar quatro gols algo inatingível àquela altura. Tornou o sonho impossível e acabou com a graça da decisão.

No Morumbi, o 2 a 1 fez o Inter sorrir. Cada time marcou dois gols na semifinal da Libertadores. Dois a dois nos 180 minutos. E depois dizem que o jogo é de 180 minutos. Não é. Depende do local onde os gols acontecem. No Morumbi foram três, contra apenas um no Beira-Rio. Cadê a lógica? Os gênios estão comemorando, afinal, inventaram um gol que vale mais que o outro, apesar de serem feitos na mesma quantidade.

Clássico

Paraná e Coritiba jogam à tarde na Vila Capanema pela Série B. Jogo de seis pontos! Pela importância do momento e a necessidade financeira, o Paraná poderia ter indicado o Couto Pereira para a partida, dividindo o estádio ao meio. O Tricolor tem o mando e o jogo encheria as arquibancadas, sem que o Coritiba estivesse infringindo a lei. Afinal, clássico é clássico.

Personagem: Kaká. O meia-atacante operou o joelho esquerdo na Bélgica e só deverá voltar a jogar daqui a três ou quatro meses, mas garantiu que está feliz.

A frase: "Poderia ter acabado com a carreira dele", declarou Marc Martens, médico responsável pela cirurgia no joelho de Kaká. Segundo ele, Kaká jogou os últimos jogos da Copa do Mundo no sacrifício (teria se machucado contra a Costa do Marfim) e chegou a pôr em risco a carreira.

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