Brasileiros torcem para times brasileiros. Antigamente a seleção era feita de jogadores dos times para os quais os brasileiros torcem. Foi assim até o êxodo em massa dos nossos atletas para o exterior. Antes, os ídolos de cada torcida vestiam a camisa verde e amarela. Hoje não temos referências nacionais no escrete.
No passado era Pelé do Santos; Rivelino, do Corinthians; Jairzinho, do Botafogo; Zico, do Flamengo; e assim por diante. Michel Bastos, por exemplo, foi ídolo de qual torcida no Brasil? A maioria saiu tão precocemente do país que nem teve tempo se tornar ídolo de algum time. Ídolos se constroem com conquistas, títulos e história. Poucos dos jogadores relacionados por Dunga apresentam algum retrospecto que os vincule à história do futebol nacional.
A Copa está chegando e o país ainda não se empolgou com o Brasil o time. Futebol é um esporte e como tal deveria proporcionar prazer. Vemos técnicos mal humorados, donos da verdade e intragáveis nas conversas, incapazes de responder educadamente às perguntas que lhes são formuladas. Eles espantam os torcedores da frente da televisão. São a antipropaganda do futebol.
A CBF, dona da seleção brasileira, não faz questão de associar o Brasil o time ao futebol que ela mesma comanda. Parecem duas coisas distintas o Brasil país e o Brasil seleção. Nossos jogadores são ídolos na Itália, Espanha, Inglaterra, Portugal entre outros mercados. Alguns são reservas de seus times e a maioria joga em clubes que disputariam a Série B no Brasil. Com todo o respeito, nossa seleção está longe de ser a verdadeira expressão nacional.
Acontece com a maioria no mundo. A Inter de Milão ganhou a Liga dos Campeões sem ter italianos no time. Falta essa identidade no futebol. Temos vários forasteiros nos representando e talvez por isso pouco se importem com as reações populares por aqui. Permitiram a presença da torcida no CT do Caju no último dia, depois de vários protestos, depois de driblar a torcida no aeroporto. A vantagem é que, se perdermos, não sofreremos como em 82 ou 86. A seleção já não tem mais o mesmo encanto de antigamente...
Série B
Terça é noite de segunda. Mas, estamos jogando futebol de primeira. Paraná e Coritiba miram o acesso e começam a mostrar consistência para tal. O Tricolor mudou de filosofia, manteve Marcelo Oliveira e colhe os resultados. Oliveira fez campanha de acesso quando assumiu o time ano passado. O Coxa segue a mesma linha com Ney Franco.
Personagem: Paulo César Carpegiani
O novo técnico do Atlético assume o time no meio de um furacão, com o perdão do trocadilho. Carpegiani já comanda a equipe contra o Botafogo, quarta, pelo Brasileirão. Na Copa de 98, na França, treinou a seleção do Paraguai.
A frase
"Tenho a confiança e a convicção de poder fazer um bom trabalho no Atlético", afirmou Carpegiani, sobre o novo desafio no futebol paranaense.