O ano termina com as retrospectivas, as reflexões, os balanços. Vamos a eles, para manter a tradição. O que falar de 2010? Foi ano de Copa o Mundo e passamos por uma experiência deprimente. Outra Era Dunga. A terceira. A segunda malsucedida. Fracasso na África do Sul. Fracasso anunciado. Premeditado, diria. Sim. Ao escolher Dunga, preparamos a derrota, porque Dunga não estava pronto para aquele desafio. Perdemos. Passou. Estamos na "Era Mano". E já perdemos para a Argentina. Deixa para lá.
Este foi o ano que encerrou o ciclo do supermando no Campeonato Paranaense. Parece que não teremos mais. Ufa. Acho que aprendemos essa lição. Tivemos recordes negativos de público. Dos jogos organizados pela FPF nas três divisões do nosso futebol, 25% tiveram entre 0 e 100 pagantes. Tivemos inclusive jogo "sem" pagante. Aliás, 61% das partidas foram vistas por menos de mil pessoas. Cá entre nós, três divisões no Paraná não têm explicação. Ou têm?
No Brasileiro, o balanço é positivo. O Atlético terminou em quinto lugar. Esteve ameaçado no início, mas recuperou-se, e quase chegou na Libertadores. O melhor ano no Brasileiro desde 2004, quando foi vice-campeão. Termina com uma base promissora para 2011. Basta planejar com certa ambição seu projeto e poderá devolver ao seu torcedor o prazer das grandes competições, com as quais ele, o atleticano, ficou mal-acostumado no início do século.
O Coritiba está de volta a Série A e isso impulsionará a rivalidade da dupla Atletiba. Os clássicos farão parte do calendário o ano todo e revitalizarão os sentimentos. Um não vive sem o outro. Em 2010, teremos clássicos em Santa Catarina (Figueirense x Avaí) e seis em Minas com a volta do América. Não poderíamos ficar atrás. Já tivemos três times na Série A, recentemente.
Na Série B, o Paraná encerra a temporada deixando no ar um mar de dúvidas. O time passa por dificuldades financeiras, não encontra soluções e paga o preço de ter oferecido a vitrine dos seus jogos na Série A aos empresários, que expuseram suas mercadorias, venderam a bom preço e o Tricolor ficou a ver navios. A proporção de jogadores que o Paraná projetou e os empresários negociaram nos últimos tempos não justifica a crise atual.
Personagem: Murici
Tetracampeão, Murici Ramalho tornou-se o maior entre os treinadores dos "pontos corridos". Em sete campeonatos, desde 2003, conquistou quatro. Impressionante. Prêmio ao comportamento exemplar de um sujeito que não se deixou seduzir pela CBF e apostou no projeto do Fluminense.
A frase
"Sonhei com o Telê (Telê Santana) e dei um abraço nele", confessou Muricy Ramalho, técnico do Fluminense, após a vitória sobre o Guarani.
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