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A palavra deriva de comprometimento, que, entre outras definições, é a "obrigação ou promessa mais ou menos solene". No futebol não se aplica. As partes fazem acordos "mais ou menos solenes", e alguns cumprem o que prometem. Alguns. Vejam o caso de Paulo César Carpegiani. Tinha um, digamos, compromisso com o Atlético Paranaense. Veio o São Paulo – sempre o São Paulo – e o levou em­­bora. Dane-se o compromisso.

Numa outra hipótese, de, digamos, três derrotas seguidas, talvez o Atlético rompesse o compromisso. Resumindo, não há comprometimento no futebol. Treinado­­res e jogadores comprometem-se com as próprias carreiras. Os clubes elaboram seus projetos, mas sabem que não terão seus parceiros 100% comprometidos com eles. Vão até onde a primeira proposta tentadora ou a terceira derrota seguida deixar. É a vida.

Há exceções. Poucas. Mas há. A vida é curta para técnicos e jogadores nos clubes. A rotatividade é enorme. Marcelo Veiga, treinador do Bragantino há mais de três anos, costuma dizer que o segredo "é não perder três jogos seguidos". Ele tem razão. Perdeu três, tchau. É a regra. Os clubes se acham no direito de mandar embora quando os resultados não satisfazem. Aos técnicos, cabe o direito de ir quando a proposta é irrecusável.

Carpegiani foi. Para o São Pau­­ lo. O mesmo São Paulo que já levou Dagoberto e Aloísio do Furacão sem cerimônias. Virou rival. Por isso e por causa da Libertadores. O São Paulo não se vê assim. Não se considera rival na mesma medida. E, convenhamos, Carpegiani considera a mudança como "ir para um time grande". Tenham certeza de que este foi o primeiro ponto que pesou na decisão dele, apesar das posições dos times no campeonato. Isso e o salário. No São Paulo, o salário é de time grande. É aí que o acordo se torna "solene".

A vergonha

Brasil e Bulgária protagonizaram o espetáculo mais deprimente do ano. O jogo da derrota. O que va­­lia era perder. Os dois perderam. Perderam a vergonha. Tudo em nome de ter adversários "mais fracos" pela frente. Não há fraqueza maior que essa. E não foram apenas Brasil e Bulgária. Todas as seleções que puderam adotaram tal postura no Mundial de Vôlei na Itália. Falta de respeito total aos princípios mais básicos do esporte...

Personagem: Sérgio Soares

Ele assume o comando técnico do Atlético. Deixou o Santo André, onde foi vice-campeão paulista e acabou na ZR da Série B. Sérgio Soares trabalhou no Paraná em 2009, sem obter sucesso. É bom treinador e pode substituir Carpegiani à altura.

A frase

"Treinador que estiver trabalhando nós não vamos tirar de outro clube", provocou Valmor Zimmer­­mann, diretor de futebol do Atlético, alfinetando a diretoria do São Paulo, que teria acertado com Carpegiani sem consultar o Rubro-Negro.

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