E o que dizer? Muricy de novo.

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O futebol brasileiro é novamente campeão da Copa Libertadores da América. E o mundo poderá, finalmente, tirar a teima entre Messi e Ney­­mar, na disputa do título do campeonato mundial, no fim da temporada (aí é forçar a barra pelo jeito brasileiro, pois só aqui essa comparação é posta em prova).

Mas é momento de comemorar, o Santos chegou ao terceiro título continental, o primeiro depois da Era Pelé. Talvez sem o brilho dos dois primeiros, não sei, pois tive a chance de assistir as partidas contra Benfica e Milan (vantagens da idade), inesquecíveis. É que talvez hoje as coisas sejam assim e nada mais justo do que comemorar essa nova conquista do futebol brasileiro.

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Vamos nos render ao treinador, pois Muricy Ramalho conseguiu revitalizar o brilho dos talentos desse grupo que o antecedeu no clube, mas que carecia de uma lapidação final.

A América é nossa novamente. Vamos brindar a isso.

Interação indevida

Acho que sou meio antigo. Sou do tempo em que torcedor só torcia. Para o bem ou para o mal, para a alegria ou para a tristeza, saía de casa rumo ao estádio com o objetivo de assistir a uma partida de seu time. E torcer pela vitória, é claro. Se vencia, ótimo, motivo para comemorar. Se perdia, paciência, afinal de contas o futebol é apenas um esporte, uma diversão para contraponto às durezas do dia a dia.

Hoje não é mais assim. O futebol perdeu aquela coisa lúdica que tão bem fazia a quem acompanhava seu time. Passou a ser símbolo de confronto, questão de honra, como se ali dentro de campo estivessem seres infalíveis, que fossem obrigados a conhecer apenas um resultado: vitória ou vitória. Como nas antigas arenas romanas, vencer ou morrer.

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Jogador joga, dirigente dirige e torcedor torce – era o que se respeitava desde a origem do esporte até pouco tempo atrás. Hoje o jogador já não joga tanto, dirigente é quase tudo profissional e o torcedor se acha no direito de interferir nas coisas intestinas do clube, cobrando explicações de jogadores e treinador. Quando não agredir seus próprios ídolos (a cada partida o emocional faz a torcida bélica mudar de opinião, partindo do céu ao inferno sem limite intermediário de um purgatório qualquer) em chegadas de aeroportos ou saídas de vestiários. Ou depredar seus automóveis, apedrejar suas casas, misturando situações que jamais deveriam se confundir.

É questão de perguntar: o que fazem esses torcedores, digamos, interativos? Além de, da arquibancada, incentivar o time em dias de jogos? E mesmo assim já sem a mesma inocente paixão de dantes, vencida pela rasa paciência com alguns erros de seus jogadores, alguns deles perseguidos desde os primeiros toques na bola, como se fossem representantes do time adversário.

A história recente mostra os danos sofridos pelos clubes que permitem a inadequada aproximação dos torcedores (o Coritiba que o diga) além dos limites de arquibancada em dias de jogos. O fórum de apoio ou protesto em dias comuns é nas reuniões de associados ou conselheiros do clube. Fora disso é inconveniente exagero.