Futebol tem dessas coisas. E por isso é incrível. A França entrou na final como favorita. Aliás, entrou na Eurocopa como favorita, com uma geração tecnicamente muito boa, ainda a lapidar para o futuro, como na Copa do Mundo de 2018.
Mas, por enquanto, não deu. O que se dizia de Portugal? Cristiano Ronaldo e mais dez. Minha opinião, também, pois não se via nessa nenhum talento no mesmo nível dos melhores do mundo. E aí, quando aos 12 ou 13 minutos, Ronaldo levou aquela falta e sentiu a lesão, a apreensão dos portugueses se justificou. Daria para continuar? Tudo indicava que não, como os minutos seguintes confirmariam. Sem ele seria terrível – imaginava-se.
Não foi tanto assim. Talvez nem tanto por Portugal, que tentou manter a posse de bola, à espera de uma ou outra jogada de contra-ataque. Mas sim pela França, que parece ter sentido mais a saída do astro lusitano do que seus próprios compatriotas. E aí o jogo ficou ruim, recheado por cuidados excessivos de marcação, sem chance para a criatividade. Lembrou muito aquela final de Mundial de 1994 entre Brasil e Itália, no título verde-amarelo advindo do pênalti nas nuvens de Roberto Baggio.
Não teve jogo, foi mais uma disputa por espaço até que alguém permitisse uma brecha, que veio na oportunidade do arremate do guineense Éderzito António Macedo Lopes, que um dia decidiu trocar seu país por Portugal. Bola certeira, no canto do gol de Llorris (que se pronuncia Lorris, embora os locutores insistam em Lorri, mas este é outro assunto), na prorrogação, garantindo uma conquista inédita aos briosos portugueses.
Portugal chegou ao título em pura projeção estratégica. Acumulou empates, colecionou prorrogações e, a rigor, só venceu Gales no tempo normal. Mas chegou à final contra um adversário favorito, perdeu seu melhor jogador e conquistou o título.
Justo? Justíssimo. Foi um título conquistado em campo, no jogo jogado e, se a França não teve capacidade de fazer valer seu melhor futebol, que os portugueses comemorem, pois souberam justamente explorar essa diferença para chegarem ao troféu.
Se futebol é tido como uma “caixinha de surpresas”, essa caixinha portuguesa pode ter sido uma das mais significativas na história da Eurocopa.
Bola rolando por aqui
Fim de semana insosso para nossos times no campeonato brasileiro. Sem gols. Tirando o J.Malucelli, que se classificou, e o Maringá, que ainda respira na Quarta Divisão – ambos com vitórias fora de casa –, Coritiba e Londrina ficaram no zero. O Coxa lamentando o empate em casa com o Botafogo na Série A. O Londrina até que comemorando ponto conquistado contra o Paysandu, na B. Mas muito pouco, pelo que poderíamos esperar.
Hoje tem Cruzeiro x Atlético no horário novo da TV. Vitória lá rende três ou quatro posições, conforme o saldo de gols.
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