Mudou o discurso. Ao término da partida de ontem, em Florianópolis, os jogadores do Coritiba assumiram o novo objetivo do time: fugir do rebaixamento. E não é para menos. Não apenas pela derrota em Santa Catarina, mas pelo todo, no baixo rendimento do primeiro turno, encerrado justamente com a rodada do fim de semana. Basta dar uma olhada na classificação para se ter uma ideia da complicada situação em que o time se encontra. São apenas 19 pontos em 19 partidas, exatamente um terço do total de pontos disputados. A diferença para o primeiro da lista dos rebaixáveis é de apenas três pontos, o que fez soar a sirene de alerta, refletida na declaração dos jogadores coxas.
Claro que o futebol é surpreendente e que já nos pregou boas peças, mas qualquer sonho maior do Coritiba na temporada agora pode ser oficialmente descartado. Para chegar, por exemplo, a uma zona de Libertadores, terá de fazer campanha de campeão, o que, cá entre nós, não é de se imaginar com esse grupo que tão mal tem atuado na competição.
Do jogo de ontem, a rigor, pouco ou nada a se comentar. O Coritiba foi impotente, deixou o último colocado tomar conta do jogo e teve mesmo que assumir a nova condição de ameaçado de rebaixamento. Na qual ninguém apostava no início da temporada.
Contrastes
No clássico de sábado, um contraste que se refletiu no placar. Enquanto o Atlético já apresenta um padrão tático bem definido, com as peças encaixadas e os jogadores sabendo exatamente o que têm de fazer em campo, o Paraná Clube ainda parece estar procurando sua identidade. Talvez por saber mais do que nós das fragilidades do time, o técnico Ricardinho insiste em manter a escalação com dois volantes defensivos e aí perde a condução de bola e a criação no meio de campo. E os números recentes provam a ineficácia desse esquema.
Até que por alguns momentos do primeiro tempo os tricolores deram um sinal de poderiam comandar o placar. Foram duas defesas seguidas do goleiro atleticano, que passaria o restante do jogo apenas cobrando tiros de meta. Enquanto isso, do outro lado, a engenharia tática de Ricardo Drubscky se apresentava claramente, sempre explorando as extremidades do campo. Pela direita, Henrique dividia as funções com Maranhão, enquanto Pedro Botelho e Felipe faziam o mesmo pelo outro lado.
Outra diferença entre os dois contendores se deu nos momentos de substituição. Se Drubscky fez entrar Paulo Baier, Zezinho e Derley (embora este ainda não tenha justificado o investimento), Ricardinho, de seu lado, teve de apostar em Welington, Luizinho e no sempre irregular Geraldo.
Na soma dos fatores, a explicação para a vitória do Atlético, que agora vislumbra, estabilizado tecnicamente e com quatro triunfos consecutivos, uma vaga efetiva entre os quatro primeiros que aspiram acesso à Primeira Divisão. E o Paraná Clube precisa ainda de alguns ajustes, mas, cá entre nós, Ricardinho já está levando o time bem mais longe do que qualquer um de nós (até mesmo o mais otimista torcedor paranista) poderia projetar naquele terrível e desanimador início de temporada.
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