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Dirceu Krüger é uma lenda. Mais do que isso: é o Coritiba. A homenagem que partiu da torcida e foi encampada pela diretoria coxa representa o sentimento de todos aqueles que ainda veem o futebol com esse viés romântico, da paixão, da fidelidade, que, infelizmente, os tempos modernos desse mercado em eterna ebulição não permitem mais.

Acompanhei a carreira desse ídolo praticamente desde o início. Quando de sua chegada, vindo do Britânia, ainda como estudante, acompanhando futebol mais pelo rádio, enquanto voltava minhas atenções ao rock e à banda (na época chamávamos conjunto) que tínhamos montado.

Mas quando comecei a trabalhar como repórter, cobrindo exatamente o Coritiba, ele estava lá, remanescente do grupo anterior a receber todos os reforços que formaram aquele supertime (para mim o melhor de todos) que foi hexacampeão, ganhou o Torneio do Povo e incluiu o futebol paranaense na primeira linha do ranking nacional.

Convivi também com o drama. Estava atrás do gol dos fundos do Alto da Glória quando houve aquele lance fatídico no choque dele com o goleiro Leopoldo, do Água Verde. Lembro-me de ter largado a transmissão da B-2 para entrar na mesma ambulância e ir junto ao Hospital Cajuru, onde se teria certeza da gravidade do quadro, com o rompimento das alças intestinais. Não fui como repórter, mas como amigo, companheiro de trabalho, tentando passar energia positiva ao ser humano extraordinário que ele é.

Krüger livrou-se dessa, dali uns tempos tudo voltou à normalidade e ele – já não mais titular absoluto, mas integrante efetivo de um grupo muito forte – ainda deu a volta por cima, garantindo o título da temporada seguinte com o único gol das partidas decisivas contra o Atlético.

Krüger, o Flecha Loira, participou de uma geração brilhante, com Célio, Jairo, Hermes, Orlando, Pescuma, Cláudio, Hidalgo, Dreyer, Negreiros, Nilo, Paquito, Zé Roberto, Tião Abatiá, Rinaldo, Aladim, Reinaldinho e alguns outros, que também merecem toda a consideração e idolatria por parte dos torcedores alviverdes.

Mas a diferença é que ele foi além. Terminou a carreira de jogador e integrou-se à vida do clube de tal forma nesses 50 anos que ele mesmo confessa passar mais tempo ali do que em sua própria casa. E hoje é estátua.

Deu Tubarão

Terminou a série absoluta do Paraná Clube. Foi-se também a invencibilidade na partida desta quarta-feira (24), no VGD. O jogo foi equilibrado, mas o Londrina conseguiu fazer valer a vantagem do campo e fechou o placar com vitória, resultado importante para sua reabilitação (principalmente dos seis pontos perdidos no tribunal).

O tricolor sentiu a saída de sua principal referência, o atacante Lúcio Flávio, lesionado. Não que Toni tenha entrado mal, até que fez a parte dele, principalmente na cabeçada que o goleiro Marcelo Rangel salvou com grande defesa. Mas o titular completava com harmonia o quarteto de frente, com sua movimentação constante na frente e isto fez falta no segundo tempo, quando o objetivo era compensar o gol sofrido.

Foi um bom jogo, de casa cheia, no velho VGD.

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