
A responsabilidade é enorme. Ao contrário de eleições anteriores, quando a chapa da situação passava como um rolo compressor sobre possíveis oponentes, desta vez o equilíbrio pontuou a eleição no Atlético. E a mínima diferença de votos prova que quase a metade dos associados não está de acordo com o trabalho apresentado pelos atuais diretores.
Sendo assim, o novo presidente, Luiz Sallim Emed, tem de pensar não apenas naqueles que já estão alinhados e que garantiram a vitória no pleito de sábado, mas também naqueles que pregavam mudanças, entendendo que o clube precisa voltar a ser mais do futebol e não apenas uma referência em patrimônio e marketing.
E é isso, pelo menos, que ele prega: união. E, ao contrário de seu antecessor, que governava como se tomasse conta de uma caixa preta, Emed já anunciou transparência plena, a começar no contato com associados, torcedores e imprensa. E este talvez tenha sido o principal pecado de quem comandava o clube. Por exemplo: por conta de uma picuinha jurídica com uma emissora de rádio, decidiu-se pela não realização das entrevistas coletivas pós-jogo, por mais retumbantes fossem as vitórias (não foram tantas assim, é verdade) ou expressivos os desempenhos em campo. E a mídia nacional, que oferece um generoso espaço nas transmissões diretas, tinha de se contentar apenas com os depoimentos dos adversários – espaço de exposição fechado.
A questão principal é saber como agirá o novo presidente e que autonomia terá. Garante administrar com plenos poderes, embora o passado recente tenha mostrado não ter sido assim com outros presidentes. Os que se alinharam permaneceram no limbo, figurativos, com nenhuma representatividade. E quem não concordou e clamou por independência levou ao rompimento com o líder maior e alguns desastres de gestão que levaram o clube ao primeiro rebaixamento da história recente do campeonato brasileiro.
O Atlético, hoje grande como instituição e patrimônio, também já foi grande em campo. Pelo campeonato brasileiro conquistado, pelo vice de alguns anos depois, pelo vice da Libertadores e outras boas campanhas no torneio continental. Mas foram espasmos, alternando com jornadas menores, sem a estabilidade que caracteriza um clube de ponta.
E hoje em dia, a rigor, o torcedor talvez até nem pense nessas grandes conquistas. Não como meta prioritária. O que o rubro-negro quer mesmo é poder ver seu time dar uma volta olímpica e para tanto vale, sim, o campeonato estadual, desprezado em suas recentes edições. Quer mesmo é gritar “é campeão”, o que não acontece há seis anos.
Pelo que ouvi de Emed ele parece estar ciente de tudo isso. E garantiu trabalhar nesse sentido. Para o bem do Atlético, de seus seguidores e, por tabela, do futebol paranaense, que já bateu à porta dos quatro grandes e hoje está atrás dos vizinhos catarinenses.
Como diria aquele repórter de rádio, “é esperar pra ver”.
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