Vaiar a seleção brasileira? Nem pensar. Tamanha era a veneração pelos craques que se alinhavam com a camisa amarela, que o torcedor permanecia boquiaberto na arquibancada enquanto lá no gramado a partida decorria normalmente.

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Isso foi em tempos passados, claro, quando ainda não havia a plena intimidade entre as partes ligadas ao futebol. Ver jogar uma daquelas feras era fato esporádico, pois as competições nacionais ainda não haviam se estabelecido a pleno e as transmissões via televisão apenas engatinhavam. Para nós, paranaenses, por exemplo, bacana era curtir o VT do principal jogo dos Campeonatos Paulista ou Carioca na noite da segunda-feira, um dia depois de realizado. E mesmo assim todo mundo assistia.

A globalização permitiu a quebra dessas barreiras de respeito e admiração e hoje o torcedor acompanha a intimidade de seu ídolo. Seja ele residente aqui no país ou em qualquer outro ponto do mundo, pois é tudo a mesma coisa, como se fossem vizinhos de casa ou de rua.

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Vai daí que o torcedor sempre quer mais, sempre quer gols, sempre quer vencer e não aceita ponderações. Pode ser contra a Nigéria, contra o Paquistão ou contra a Holanda, mesmo que, nesse caso, se trate da vice-campeã mundial. Sábado, por exemplo, o empate sem gols pode ser encarado como um resultado absolutamente normal – afinal de contas não estávamos jogando contra o vento.

Mas da arquibancada veio uma vaia não bem assimilada pela comissão técnica nacional. A ponto de o técnico Mano Menezes pedir mais apoio dos torcedores nessa fase de preparação e de ajustes da equipe que vai disputar a Copa América, daqui alguns dias. Embora ele mesmo admita ser difícil mudar esse tipo de comportamento.

Imagine, então, quando a Copa do Mundo acontecer aqui. Pelo nível de exigência que se vê desde hoje, um possível tropeço de nossos amarelinhos pode ocasionar um desagradável esvaziamento na tão esperada competição.

O passeio do outro Coxa

Mesmo com os reservas o Coritiba rouba a cena. No fim de semana dos paranaenses foi o único a garantir vitória. E que vitória! Chegou fácil aos 5x1 nos também reservas do Vasco da Gama e sobrou em campo, agregando os três primeiros pontos na classificação do Campeonato Brasileiro.

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E no sábado, duas derrotas

Para o Paraná, na Segunda Divisão, a primeira, em partida na qual o time abdicou de atacar e de tanto atrair o adversário levou o gol do Americana.

Para o Atlético, na Primeira Divisão, a terceira consecutiva, agora para o Palmeiras. Mas desta vez pelo menos com a tentativa de se armar um time mais equilibrado, consistente na defesa e ocupando o ataque. A questão é a má-fase de Paulo Baier, que compromete o ritmo de jogo. Não seria o caso de repetir a estratégia do técnico Carpegiani no ano passado, reservando suas atuações apenas para a Baixada?