O Coritiba esperneia e tenta mexer na tabela. Quando se imagina a possibilidade de os dirigentes de nosso futebol tomarem juízo e tratarem os clubes decentemente, logo na largada da temporada surge essa aberração proposta ao time coxa. Quinta-feira à noite, jogo em Porto Alegre, contra o Internacional, estreia na Primeira Liga. Sábado à tardinha, jogo no Alto da Glória, contra o Cascavel, estreia no Campeonato Paranaense.
Menos de 48 horas entre as duas partidas (a lei fala em mínimo de 72 horas), sem contar o deslocamento entre uma praça e outra. Quer dizer: pretendem os cartolas que o Coritiba jogue quinta à noite, pegue um voo para Curitiba na sexta e já no dia seguinte volte a campo para outro compromisso. Sem o mínimo tempo para descanso ou recuperação muscular dos atletas.
É assim que se pretende fazer um futebol sério?
O mínimo que se poderia esperar dos dirigentes, depois do humilhante 7 a 1 na Copa de 2014 e dos escândalos seguidos de prisões de alguns mandatários, seria bom senso. Bom senso que foi pregado o tempo todo pelos atletas, sugestão prontamente rechaçada no Congresso Nacional pela Bancada da Bola, que só age em interesse próprio das federações e entidades assemelhadas. Pensar no clube, no atleta? Bobagem.
Aliás, a criação dessa Primeira Liga, ou Copa Sul-Minas-Rio, foi uma clara demonstração da mentalidade dos dirigentes brasileiros. O torneio não foi concebido para ser uma alternativa mais interessante, técnica e economicamente, para os clubes e sim para confrontar o calendário da CBF, tentando diminuir o foco dos campeonatos estaduais, que, a rigor, só rende dividendos para as federações estaduais.
Se em sua essência propunha melhores horizontes aos clubes, na prática o torneio se revelou mais um desses monstros criados justamente por aqueles que reclamavam do descaso e da desorganização do futebol nacional.
A ideia nasceu no segundo semestre de 2015 e dali algumas semanas já estava pronta para ser posta em prática, atropelando todos os prazos de planejamento e razão. Coerente seria negociar novo calendário para 2017, acomodando as datas adequadamente e não interpondo partidas entre as já programadas para os estaduais.
Deu no que deu. A Primeira Liga já nasceu condenada, pois os clubes que participam da Libertadores (Atlético-MG e Grêmio) anunciam times mistos na competição e o Coritiba, pela situação, no mínimo vai fazer o mesmo na estreia. Pela prioridade que se dá ao Campeonato Estadual, a chance mais real de título que o clube tem.
E os cartolas, mais uma vez, perderam grande chance de fazer algo decente.
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