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Amanhã tudo se resolve. Caio Júnior dirige seu time, o Gharafa, contra o Arabi, pela liga do Ca­­tar, telefona para Curitiba e diz se aceita ou não comandar o Atlé­­tico daqui alguns dias – ou algumas semanas, conforme a negociação.

Teria sido ele a primeira op­­ção da diretoria atleticana, mas nos primeiros contatos o treinador declarou ser impossível sair do mundo árabe sem o consentimento do xeque de lá. Não que haja cláusula contratual, mas pelo compromisso firmado e o receio de fechar as portas para a fábrica de dinheiro que se montou naquelas plagas para abrigar os profissionais do futebol. E como Caio Júnior é muito ético nas coisas que faz, só largaria o trabalho com o consentimento do patrão – o que está parecendo difícil de acontecer.

A paciência da diretoria atleticana com a resolução da questão se explica. Não está fácil en­­contrar um perfil adequado às ambições do clube na prateleira de ofertas do mercado nacional. Ninguém que acrescente algo a mais do que Sérgio Soares pouco fez por aqui. Ou ao que vem produzindo o interino Leandro Niehues, a colecionar números invejáveis para o curto período de trabalho à frente da equipe. Muito melhor do que o antecessor e com os mesmos jogadores disponíveis.

Caio Júnior é um técnico ousado e estudioso. Não apenas mais um dentre os tantos fazedores de time que inundam as competições brasileiras. Tanto é que reorganizou um Paraná Clube sem rumo, ganhou passagem direta para o Palmeiras e dali conquistou o reconhecimento do mercado internacional.

Não cabe aqui prever se daria certo ou não no comando do Atlético. Mas tem, pelo menos, todos os predicados. Muito mais do que Silas, que quase foi a opção desesperada de quem imaginava não poder ficar muito tempo sem um titular no comando técnico. Tantas foram as ofertas em nome dele que a diretoria quase caiu na tentação. Livrou-se por pouco, escorada por algumas informações de dificuldades de relacionamento do treinador com alguns jogadores que não processam a mesma fé – ou algo assim, na mesma esteira dos critérios de avaliação de Jorginho como auxiliar de Dunga na seleção brasileira.

Caio pode dizer sim, mas para quando? Certo que dá para esperar alguns dias durante o laboratório do Campeonato Paranaense. Mas decidir o título é uma questão de honra, por mais que se diga o contrário, nos argumentos daqueles que priorizam as competições nacionais. Caso os dias venham a se tornar semanas, a espera se tornaria temerária e sufocante, contabilizando, aí sim, o prejuízo pela perda de tempo na busca pelo novo contratado.

E como parece não haver um plano B (pelo menos no mesmo nível dos quesitos exigidos), até amanhã a turma da Baixada cruza os dedos e torce para o xeque dizer sim.

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