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Vamos admitir. Por mais otimista que pudesse ser o torcedor coxa, entrar na zona de classificação para a Copa Libertado­res da América na penúltima rodada do Campeonato Brasilei­­ro estava um pouco acima da li­­nha da imaginação.

Não que não pudesse vencer o Avaí. Pelo contrário, na teoria teria sido muito mais fácil do que a encrencada partida de ontem, quando os catarinenses defenderam o resultado como se estivessem tratando de resolver suas próprias vidas. Mas, de uma forma ou de outra, a vitória de ontem veio premiar a campanha de quem demorou em acordar no campeonato (sem conseguir escapar da ressaca da perda do título da Copa do Brasil), mas que, aos poucos, foi reconstruindo a estrutura da equipe que encantou o país naquela histórica sequência de vitórias do primeiro semestre.

A recompensa maior não veio na vitória em si, sofrida e apertada, mas sim nos demais resultados, dos concorrentes diretos, todos eles favoráveis. Dos que estavam imediatamente à frente, todos caíram. O São Paulo para o Palmeiras, o Figueirense para o Corinthians, o Internacional para o Flamen­go e o Botafogo para o Atlético-MG (do paranaense Cuca, que livrou, agora oficialmente, mais um do rebaixamento).

E aí sobrou, pingando na área, a vaga dentre os postulantes ao torneio continental. Que só veio na cabeçada do capitão Jéci, quando algumas pitadas de esperança já haviam sido descartadas. A rede balançou e o Coritiba comemorou com todo o direito de quem ainda pensava sério na possibilidade de se classificar entre os primeiros colocados da competição.

Agora o Coxa depende apenas de suas próprias forças para chancelar o ingresso na Li­­ber­­tadores. Só que o carimbo de­­pende de uma vitória sobre o Atlético, no Atletiba de domingo que vem, na Baixada. Mas aí é assunto para o meio de semana.

Lenta agonia

Pois, de seu lado, o Atlético não cumpriu o que se poderia esperar. Melhor: o que se desejaria esperar, pois o nível técnico da equipe rubro-negra não credencia a alimentar maiores expectativas. Teve o jogo na mão, enfrentando um adversário rebaixado, com estádio vazio e somente com o barulho de sua própria torcida (que fez o possível e o impossível para criar um clima favorável na arquibancada).

E o que se viu foi um time frágil, sempre correndo atrás do resultado, por mais que o oponente não demonstrasse muito interesse na disputa. Até certo ponto, porque, ao sentir as limitações dos atleticanos, os anfitriões decidiram ir à frente e tomaram conta da partida. E a vitória veio ao natural, por conta da falta de finalização dos rubro-negros, que até trocaram passes, mas não exigiram qualquer trabalho do goleiro americano.

A vitória teria sido fundamental para levar à última rodada o direito e decidir a vaga por conta das próprias forças. Agora depende de combinação de resultados. Mas aí é outro assunto para o meio de semana.

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