Observando, com curiosidade, a movimentação do mercado nacional de jogadores neste início de temporada, voltam algumas questões que sempre me intrigam. A principal delas: por que dificilmente o atleta que deixa o clube para “ganhar experiência” tem oportunidade efetiva em seu retorno?
Pode constatar, meu caro leitor. São raros os casos de jovens promessas saírem e darem bons resultados na volta. Ou melhor, corrigindo, serem aproveitados na volta. Pesquisando nossos clubes nas últimas décadas, constato que o melhor exemplo de redenção foi o de Paulo Rink, cria do Atlético, que passou quatro anos indo e vindo de empréstimos (Atlético-MG e Chapecoense, por exemplo), para se firmar como um dos principais artilheiros da equipe na metade da década de 90, protagonizando (ao lado de Oséas) um ataque como poucos, campeão da Série B e com destaque na Primeira Divisão nacional a partir do acesso.
Verdade que foi se impondo dentro de campo, pelo futebol que apresentava, pois, a depender de alguns dirigentes, jamais vestiria a camisa titular do clube. E essa discriminação disseminada contra ele é a mesma que impede o sucesso de inúmeros outros jovens profissionais lançados no mercado.
O próprio Atlético tem novos casos a cada ano. Agora, por exemplo, está recebendo de empréstimo dois zagueiros que se destacaram nos clubes por onde passaram: Ricardo Silva (Atlético-GO, campeão da Série B) e Léo Pereira (Náutico). Já estariam suficientemente maduros para comporem o grupo, oferecendo opções de banco, pelo menos, na exaustiva temporada que se apresenta. Mas nem foram considerados.
Tanto quanto o Coritiba, que já teve em Raphael Lucas seu maior tesouro e agora acumula empréstimos do atacante a cada nova virada de página. E desta vez levou com ele Evandro, também fora sem ao menos merecer uma oportunidade real como titular.
Imagino ser todo esse processo parte de um lugar comum que se criou no futebol – brasileiro, especificamente –, dando valor maior aos nomes que vêm de fora, como se o processo de contratação e as possíveis dificuldades a ele inerentes contribuíssem para o nível técnico do atleta. Ou o nível de paciência para o seu período de adaptação, o que os demais jamais teriam.
O Paraná Clube está fazendo o mesmo com Alisson, que tempos atrás abriu mão de alguns benefícios para não prejudicar o clube e agora está na lista dos “dispensáveis” sem que ninguém melhor do que ele tenha sido contratado para a posição. Mas pelo menos estão vindo de fora, onde a prata sempre brilha melhor do que em casa.
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