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Ia tudo muito bem quando o técnico Juan Carrasco decidiu interferir na partida. Até então o uruguaio vinha de trabalho irretocável no comando do Atlético, computando um aproveitamento total nas partidas disputadas.

Harrison ditava o ritmo de jogo e o time fazia a vantagem no placar em duas jogadas dele. Na cobrança de falta para o cabeceio de Manoel e no chute a gol, com rebote aproveitado por Bruno Mineiro. A ligação entre defesa e ataque que tanto se cobrava em outras ocasiões estava consolidada com Harrison e por isso o domínio rubro-negro foi acentuado no primeiro tempo, sem risco de susto maior.

Mas Carrasco não enxergou assim – é de se imaginar. Ou caiu na vala comum dos seus companheiros de profissão e quis garantir o resultado no segundo tempo, esquecido de não estar enfrentando um adversário qualquer e sim outro time invicto e com 100% de aproveitamento. Ou gosta de grandes emoções e decidiu testá-las, substituindo exatamente o jovem Harrison por Paulo Otávio.

E como o Cianorte mexeu para atacar mais, equilibrou as ações e encarou de frente, diminuindo com Marquinhos e botando fogo no jogo. Carrasco voltou atrás e tentou fortalecer novamente a frente e aí Edigar Júnio perdeu um gol feito, por puro preciosismo, tentando um toque sutil com o gol vazio, quando o momento exigia um chute de qualquer maneira.

Castigo em seguida. O Cianorte empatou com Paulinho – grande destaque do time – e aprontou o maior sufoco. E os dois se abraçaram num empate que mantém a invencibilidade, mas permite ao Coritiba respirar mais tranquilo na ponta da tabela.

Solitário

De sua parte, o Coritiba tratou de desfazer comparações. E o que se supôs de um possível confronto equilibrado contra um adversário que até então vinha de boa campanha logo se desfez com a bola rolando, a partir do gol de Lincoln. Nem mesmo o empate do Arapongas, a seguir, permitiu qualquer opinião em contrário: o Coxa está mesmo passando por cima de tudo o que surge pela frente no campeonato estadual.

A goleada veio ao natural, no segundo tempo, quando o técnico Marcelo Oliveira corrigiu alguns pontos, enquanto continuava com suas observações quanto às possibilidades de variação na montagem da equipe titular. Tanto que ainda não encontrou a melhor maneira de marcar no meio de campo, conforme ficou flagrante no gol do Arapongas, que conta com bons jogadores para o setor e na jogada exploraram os espaços até chegarem com sucesso.

Aos poucos, as contratações do Coritiba vão se identificando com a torcida. Primeiro foi Renan Oliveira. Sábado foi a vez de Lincoln confirmar todo seu potencial – que andava um tanto sumido desde que retornou ao Brasil. E o time vai crescendo, à medida que o grupo vai encorpando e oferecendo mais opções ao treinador. E agora já desfruta de uma saborosa liderança isolada.

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