Esperava-se bem mais do Atlético neste início de temporada. Mais ainda após o bom aproveitamento das três primeiras rodadas do campeonato, com aproveitamento total dos pontos – e de quebra uma vitória sobre o Fluminense, fora de casa, na Primeira Liga.
A expectativa se justificava. Afinal de contas, o clube mantinha o técnico e boa parte do grupo de jogadores do ano passado, completando o quadro com algumas contratações pontuais, que, na teoria, deveriam encaixar mais qualidade ao time de campanha apenas razoável na temporada passada.
Não foi bem assim. A zaga, que parecia ter sido consertada, voltou a apresentar furos com a dupla Vilches e Paulo André. O chileno, especialmente, cintura dura, alterna boas exibições com outras instáveis, comprometendo o setor. Compartimento que já tem deficiências sérias na esquerda, por falta de um jogador de nível para a lateral. A aposta inicial recaiu sobre Pará, mas o ex-cruzeirense chegou e logo se machucou, não tendo estreado até agora. Roberto, a opção que sobrou, já teve todas as chances e não se completa nem defendendo nem atacando. Ou seja: é inútil e não está à altura da proposta de qualidade para ser titular. A solução recente foi a reutilização de Sidcley no setor, ele que é bem mais útil quando atua no meio de campo.
E ali no meio, se a cobertura defensiva funciona bem, com Deivid e Otávio, o setor carece de inspiração dali em diante, faltando criatividade para impulsionar jogadas ao ataque, que vive de lances isolados ou de alguma possível sobra de bola aérea na área contrária. Vinícius veio para ser o articulador e tem até predicados para tal, mas é pouco para suprir as necessidades da linha de frente. E quando ele está indisponível, caso da partida de hoje, contra o Foz, fica no ar a grande incógnita: quem fará esse papel? Só com ele já é pouco, sem ele tende a ser nada.
Marcos Guilherme passa por má fase (faz tempo, tanto que não voltou a ser convocado para a seleção pré-olímpica), como se tivesse esgotado precocemente todo seu repertório, e não parece ter condições de cumprir a missão. Anderson Lopes ganhou algumas chances e não correspondeu. A esperança pode ser Nikão, com chances de ser escalado hoje, embora não tenha, na real, as características de armador.
Do ataque pouco se pode cobrar. Pelas razões expostas acima. A bola não chega com a frequência que seria desejada. Por isso até se pensa na possibilidade de Walter e André Lima atuarem juntos. O primeiro circulando livre lá pela frente e o outro fixo na região da área, que é onde ele sabe render. Pode ser que funcione, embora fuja do padrão de jogo concebido pelo treinador.
A partida de hoje pode ser uma boa oportunidade para o teste, nessa fase de ajustes bem mais prolongada do que se poderia imaginar.
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