As combinações são todas favoráveis, embora o futebol trabalhe muito com o imponderável. Mas precisa dar tudo muito errado para o Coritiba ser rebaixado na combinação de resultados do próximo domingo. E até mesmo os estatísticos especializados em futebol jogam com a quase inexistente possibilidade, apenas 1%.

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Mas é bom lembrar que esses mesmos matemáticos e afins chegaram a apontar o clube dentre os rebaixados, com altíssimo percentual, umas cinco ou seis rodadas atrás. Porque não trabalham apenas com os números, mas com o todo de uma somatória, que também inclui desempenho, aproveitamento fora, em casa e capacidade de recuperação. E o Coritiba, cá entre nós, não apresentava qualquer índice positivo nesses itens. Pelo contrário, era uma decepção cada vez que entrava em campo.

O time de Ney Franco estava entregue, sem mais soluções, sem mais vontade, sem mais nada. E hoje, sob o comando de Pachequinho, esses mesmos protagonistas – apenas com a inclusão de Thiago Lopes entre eles – se empenham em cada centímetro de gramado, decidindo resultados em casa e fora e nada mantendo daquela equipe modorrenta que aparentava sofrimento quando entrava em campo.

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E domingo, contra o Vasco da Gama, esse aceso grupo liderado pelo técnico interino certamente estará preparando uma despedida, digamos, honrosa, da temporada. Melhorar colocação é impossível, pois a 15.ª posição, na qual atualmente se encontra, é o máximo que pode atingir terminada a rodada final. Mas como a imagem final é a que fica, um bom resultado contra os cariocas poderia pelo menos permitir um fim de ano menos cinza à torcida coxa.

Repassando as possibilidades: para cair o Coritiba teria de perder para o Vasco, enquanto Avaí e Figueirense teriam de vencer seus oponentes. O do Avaí é simplesmente o Corinthians, campeão brasileiro, em São Paulo. Campeão que vem de derrota fora e faz campanha por casa cheia para a despedida – certamente com projeção de vitória. O Figueirense recebe o Fluminense e tem desvantagem de quatro gols no saldo para o Coxa. Quer dizer: teria de construir diferença de três em caso de derrota simples dos alviverdes. Também muito difícil.

E a possibilidade de o Vasco ter vantagem no confronto direto está fora de questão. Teria de vencer por oito gols de diferença.

O Coritiba está salvo, só falta chancelar, o que o Alto da Glória lotado se encarregará de fazer. Mas, ao mesmo tempo, passa mais uma vez o sofrimento que todo ano se promete evitar e que administrações controversas são incapazes de estancar de vez, contribuindo para apequenar um clube campeão brasileiro e de passado invejável no futebol nacional.