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A derrota em Varginha teve consequências mais contundentes do que se poderia imaginar. É que finalmente parecem todos terem chegado ao mesmo foco quanto às possibilidades do Atlético na Segunda Divisão nacional.

Até então havia alertas na imprensa, intrigada com algumas questões flagrantes a cada partida da equipe desde o Campeonato Paranaense. O estabanado modo de dirigir o time em campo do técnico Juan Carrasco, por exemplo. Que até enxerga bem as qualidades de seus subordinados quando tem de montar a escalação para a próxima partida, mas se perde totalmente com a bola rolando, comprometendo, com suas intervenções, alguns resultados que pareciam garantidos até o intervalo dos jogos.

O outro ponto é o preparo físico do time. Ou a falta dele, que pode estar contribuindo para a perda de rendimento na metade final de cada partida. Ou as duas coisas juntas, o que parece o mais provável.

Até dias atrás parecia haver apenas uma opinião de fora para dentro quanto a isso. Mas a virada tomada para o inexpressivo Boa (com todo o respeito que o clube possa merecer) mexeu com as estruturas do clube, a ponto de forçar seu presidente a extinguir temporariamente ontem seu canal de comunicação favorito (já que fechou todos as demais vias de informação da instituição) e do qual se valeu para estruturar seu palanque eleitoral: o Twitter.

Sim, porque ao deixar de ser pedra para se tornar vidraça, abriu uma segunda via nos contatos e passou também a receber críticas de seus próprios seguidores, apreensivos com a falta de investimentos na formação da equipe e de uma gerência mais efetiva na área do futebol. Inconformado em ser criticado, o presidente se retirou das redes sociais, mas já carregando na consciência a certeza de que nem tudo estava tão bem assim quanto ele imaginava até ser alertado e cobrado pelos "maus atleticanos" – como definiu aqueles que dele discordaram.

O Atlético perdeu em Minas por não saber ser melhor que o Boa, simples assim. Enquanto esteve ordenado em campo, vencia. Bastou o treinador fazer das suas para se enrolar (repetindo sempre aquela ligação direta entre defesa e ataque) e permitir a reação dos locais. E o susto de Varginha certamente trará desdobramentos intestinos, pois uma vez a história do clube já registrou a guinada que partiu de uma reação de seu presidente (em Ribeirão Preto), que, inconformado, foi ao vestiário, falou alto com todo mundo e o time de então entrou nos eixos.

Ou seja: uma voz que cobre os desajustes internos e não se preocupe tanto com os externos, assuntos para outros fóruns e providências de outrem.

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