Não teve jeito. Ainda não foi desta vez que o Atlético chegou à primeira vitória no Campeonato Brasileiro de 2017. Criou mais, teve duas bolas na trave e algumas defesas do goleiro do Flamengo (e o que é ator esse Muralha, valorizando cada choque como se fosse um atentado à vida!), mas ainda não conseguiu rebocar aquele buraco na zaga, entre os dois beques, justamente por onde os cariocas chegaram ao gol. A rigor, na única chance da partida inteira, pois o goleiro Weverton só seria exigido em um lance de cabeçada de Guerrero.
O Atlético mantém o tabu de não perder para o Flamengo desde 1974 pelo campeonato nacional, mas isso pouco refresca, pois somou apenas o primeiro ponto em três rodadas – e isso é nada para quem sonha alto. Tem dois talentos no meio – Otávio e Matheus Rossetto são diferenciados, na marcação e no passe –, mas dali em diante sofre com a armação. E mais ainda na finalização. Tanto que o gol de empate saiu, mais uma vez, em cabeçada do zagueiro Thiago Heleno.
Eduardo Baptista estreou, mas ainda não pôde pôr sua marca em campo. O time de ontem ainda tinha muito a cara daquela equipe indolente que vinha sendo comandada pelo Paulo Autuori.
Duas situações
Paraná e Coritiba viveram momentos idênticos no fim de semana. A diferença esteve apenas no desfecho. Ambos jogaram fora de casa e dominaram seus adversários. Contra o Juventude, Paraná teve duas cristalinas no primeiro tempo, gol aberto, e não conseguiu fazer. Saiu na frente, manteve o controle, atacou mais, só que sofreu dois gols nos instantes finais – o da virada nos acréscimos –, em falhas na bola parada e voltou com a derrota de Caxias do Sul. Imerecida, mas justa, por permitir reação ao adversário.
Contra o Vitória, o Coritiba também martelou, fez o goleiro contrário trabalhar com defesas incríveis e chegou ao gol no belo toque de letra de Rildo. A diferença foi conseguir segurar as pontas e trazer de Salvador três pontos importantes para o projeto desse ano, que mira nos benefícios da parte de cima da tabela. Missão (bem) cumprida, dá para cravar, boas perspectivas para a temporada.
Despedida
Esta é a última coluna que faço para o impresso da Gazeta do Povo, que a partir de quinta-feira será exclusivamente online, com uma revista nos fins de semana. Também é a última que faço para o Caderno de Esportes, depois de tanto tempo (contando Estadinho e Tribuna são exatamente 40 anos), pois não estarei no online, pelo menos nesta editoria.
Vou sentir saudades, sim, pois foi praticamente uma vida. Mas, ao mesmo tempo, estou muito animado, já que estou sendo, digamos, inteiramente abduzido pelo Bom Gourmet, onde tenho escrito sobre gastronomia, uma recente e deliciosa paixão. Valeu pelos encontros de sempre. Mas estarei por lá, feliz e embalado pelo novo desafio. Apareçam!
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