A torcida não perdoou. Sem clemência, foi a maior vaia dos últimos tempos. De nada adiantou a ação de os jogadores do Atlético se reunirem no centro do gramado e partirem para a saudação – prática que tem sido comum nos tempos do técnico Milton Mendes. Lembrou-me a reação dos torcedores em Prudentópolis quando, livres do rebaixamento no campeonato estadual, os jogadores se dirigiram à arquibancada. Aplaudiram, pediram aplausos e ouviram de volta: “ão, ão, ão, não fez mais que a obrigação”.
O torcedor se decepcionou, é claro. Isso por ter acreditado que o time era bem melhor do que ele mesmo poderia imaginar, nos tempos que frequentou o grupo de cima na classificação. Não era tudo isso, ficou bem claro com o passar dos jogos. Talvez nem tanto para o treinador e alguns de seus comandados, que se colocavam acima do bem e do mal, como se tudo no futebol fosse brincadeira de raspar cabelo e sorrir à vontade.
Ontem, o Atlético levou o primeiro gol, ficou tonto, mas soube reagir. O goleiro da Ponte Preta operou um milagre na conclusão de Sidcley, teve um pênalti não marcado. O fato é que a equipe aceitou o jogo proposto pela Macaca, que soube fazer em campo exatamente o que havia programado.
Tipo de partida que tanto poderia ter terminado em 2 a 2 quanto num 3 a 1 para a Ponte, pela chance desperdiçada por Borges nos instantes finais. Consequência: pela 1ª vez, o Atlético ocupa a segunda página da tabela.
No sábado, outra decepção. Cada vez mais confuso, nas elucubrações táticas do técnico Fernando Diniz, que acabou demitido, o Paraná foi a campo com laterais no meio, zagueiros nas laterais e volante de zagueiro. Enrolou-se nas alquimias do comandante e foi incapaz de passar pelo Atlético-GO, um time, cá entre nós, bem mais fraco. Perdeu a chance de 1% de chegar ao G4. Se é que teve qualquer chance.
Não deu
A chance de bom resultado era muito boa. O Coritiba vinha de boa fase, o adversário contava com um jogador a menos desde os instantes finais do primeiro tempo, mas não teve jeito. O ex-coxa Ceará acertou uma bomba lá da intermediária e pôs o Cruzeiro em vantagem e, a partir dali, os mineiros passaram a explorar o contra-ataque, fazendo outro gol, oferecendo a posse de bola, mas não permitindo as finalizações.
Certo que houve um pênalti, em toque de Manoel, quando a vantagem era de apenas um gol. Poderia ter sido lance decisivo, mas nada foi marcado. Tirando duas defesas de Fábio no primeiro tempo, nada mais de incisivo o Coritiba ofereceu.
Juninho, que vinha fazendo uma bela partida, perdeu a cabeça e foi expulso. As chances terminaram ali. Ficou na derrota (normal por ter sido fora de casa?), embora livre da pressão do rebaixamento, pois os adversários diretos também foram mal.
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