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O Paraná Clube é um eterno recomeçar. Por causa de alguns desequilíbrios financeiros nas últimas duas décadas, paga hoje o preço decorrente das dificuldades de caixa. E não consegue manter uma estrutura sólida por mais do que dois, três meses.

Hoje, contra o São Bernardo, dá, mais uma vez, o primeiro passo de uma nova história. Estreia o técnico Ricardo Drubsky, carregando com ele a esperança de que dessa vez a coisa possa dar certo. Não para hoje, especificamente, embora a classificação à próxima fase da Copa do Brasil seja bem-vinda (representa alguns tantos mil reais na conta bancária). Mas para hoje, amanhã e no futuro breve, na mira de reconduzir o clube à Primeira Divisão do futebol nacional.

Drubsky pode não ser o técnico dos sonhos do torcedor paranista, mas é trabalhador, conhece a teoria do futebol como ninguém (afinal de contas, até livro escreveu sobre o assunto) e tem um jeito interessante de liderar, agregando seus comandados em torno da boa causa comum.

Por todas essas razões, uma vitória hoje (embora o empate sem gols já seja suficiente para a classificação) será fundamental para marcar essa nova tentativa de recomeçar dos tricolores.

Altitude

Tem lá seus efeitos e é sempre uma desculpa pronta, mas o Atlético não foi desclassificado pela altitude de La Paz e sim pela própria incompetência demonstrada nessa sua rápida passagem pela Libertadores, rodando na primeira fase em um grupo que, exceto pelo Vélez Sarsfield, contava com oponentes muito fracos.

Problema foi ter deixado a classificação em aberto para o último jogo, fruto da derrota em casa para os argentinos. E aí, tanto quanto naquela noite da Vila Capanema e nos demais jogos da gestão Miguel Portugal, o time não existiu e nem os chutões para a frente (sua marca registrada) funcionaram.

Assim, quando não há técnica, os efeitos da altitude começam a aparecer, encobrindo os flagrantes erros da uma equipe que em quatro meses de trabalho ainda não conseguiu montar nem uma jogada sequer. Pelo contrário: destruiu as que possuía e que garantiram a boa campanha nacional na temporada passada.

Roth

Gosto do trabalho de Celso Roth. Sei que boa parte da torcida do Coritiba torceu o nariz, mas ele é um profissional respeitado, com comando e bom histórico no futebol nacional. Mais do que isso: traz colaboradores do mais alto nível, a começar pelo Paulo Paixão, preparador físico da seleção brasileira. Talvez com ele e com outra metodologia de trabalho não ocorram tantas lesões musculares como as dos últimos tempos, que minaram o trabalho dos últimos treinadores coxas.

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