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O Atlético passou de fase na Copa Sul-Americana. Eliminou o Brasília e agora aguarda o tempo chegar para enfrentar o Sportivo Luqueño. Isso é bom.

Sim, pela classificação, pela chance de se aproximar das fases decisivas da competição continental. Nada além disso, pois foram duas exibições sofríveis contra um adversário não qualificado em nenhuma das quatro divisões do futebol brasileiro.

Pouco mudou o Atlético do interino Sérgio Vieira em relação ao que o demitido Milton Mendes havia comandado na primeira partida. É uma equipe limitada, que teve um espasmo técnico no início do Campeonato Brasileiro e não conseguiu sustentar a situação na sequência da temporada.

Passou ontem, mas vai ser preciso jogar muito mais para tentar chegar mais longe.

Fim de carreira

O momento mais difícil é o de parar. Para qualquer profissional. Por mais que a aposentadoria seja polpuda (o que não existe na realidade brasileira), largar a atividade de uma vida inteira é quebrar toda uma estrutura montada com o passar do tempo.

Para quem se aposenta por idade ainda há o lenitivo de poder fazer um balanço e imaginar o dever cumprido. Não é o caso do jogador de futebol, que, no pleno vigor da juventude, é considerado velho para poder continuar na profissão.

Paulo Roberto Falcão, craque de bola, comentarista esportivo por muitos anos e agora novamente tentando se firmar na carreira de treinador, disse uma vez: o jogador de futebol morre duas vezes, quando morre mesmo e quando para de jogar.

Ele está ali, com trinta e poucos anos, sem nada para fazer no dia seguinte, depois de passar praticamente metade de sua vida até então concentrado, treinando, jogando e convivendo com esse mundo fulgurante do estrelato. E então, na maioria das vezes, adia o fim de carreira enquanto pode. E troca o glamour dos grandes clubes e dos estádios cheios por propostas de agremiações inexpressivas, adiando a despedida até o momento de a corda arrebentar.

Foi assim com Rivaldo, que até presidente de clube virou para poder continuar jogando. E está acontecendo com Ronaldinho Gaúcho, dispensado do Fluminense por falta de condições físicas e técnicas. Isso depois de passar pela humilhação de ser reserva do Querétaro, do México, um time de segunda linha.

Acontece que Ronaldinho parou de jogar e ainda não percebeu. Não é atleta (como Zé Roberto, por exemplo, tinindo aos 40 anos), nunca teve uma carreira marcada pela sobriedade de comportamento. Brilhou como nunca no Barcelona, foi justamente escolhido como melhor do mundo porque era realmente fora de série. Mas se deixou levar pelos prazeres da vida, incompatíveis com a rotina de um jogador profissional de futebol.

Agora, aos 35 anos, vê o mundo desabar à sua frente. Até mesmo para realizar suas suntuosas festas, pois já não seria a mesma coisa em se tratando de um ex-jogador. Triste.

Último degrau

O Londrina está a um passo da Série B. Passando pelo Confiança, já poderá fazer os planos para temporadas mais rentáveis a partir do ano que vem. Isso é muito bom para o fortalecimento do futebol paranaense, mas especialmente para a cidade de Londrina e a região norte do Estado. O Londrina já brilhou muito, esteve entre os quatro primeiros no Campeonato Brasileiro de 1977 (que cobri, com o maior orgulho de paranaense) e jamais poderia ter caído tanto quanto ocorreu.

Mas veio a ressurreição, com o belo trabalho de Sérgio Malucelli, saindo da Segunda Divisão do Estadual, ganhando o título paranaense e pulando da Quarta Divisão nacional até a situação em que se encontra agora. Conta com a torcida de todos nós, pois a cidade merece.

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