Que o Corinthians é melhor que o Atlético, ninguém discute. E o importante foi que os comandados de Paulo Autuori sabiam disso. Para o torcedor aquele jogo enrolado não estava nada bom, pois o que todos querem é o time na frente, atacando, chutando, jamais admitindo qualquer ação do adversário.
O Atlético soube ser melhor e venceu o jogo – ficou atrás, atraiu a caça e festejou. Venceu o líder, fazendo um gol na frente e se mantendo na espreita à espera da brecha para que o segundo gol viesse logo. E veio, mais uma vez com Walter, que deu um upgrade na camisa, ganhou um degrau a mais e ontem fez os dois gols que garantiram o resultado.
Mas o Atlético foi mais do que isso. Foi também bom atrás, superando o temor da ausência de seu capitão e líder, o goleiro Weverton, que hoje estreia na seleção olímpica do Brasil. Santos entrou, fez o que dele se esperava – é um ótimo goleiro e mostrou ontem que também está aprendendo a jogar com os pés –, oferecendo de bonificação uma defesa incrível, com braço direito esticado, impedindo o gol corintiano quando ainda estava 0 a 0.
Boa vitória, importante vitória, para quem se mantem ainda na briga pela ponta de cima.
Segue na zona
Continua a zica. O Coritiba gira, gira e continua na zona de rebaixamento, repetindo procedimento dos últimos quatro anos de Campeonato Brasileiro. Ontem até saiu na frente, mas sucumbiu, feneceu, perdeu mais uma, permitindo a virada do Vitória.
Se vale como consolo, Raphael Veiga está fazendo a diferença. O menino tem personalidade, o que é possível perceber já na entrevista que ele dá. Fez o gol de vantagem do Coritiba, criou algumas boas jogadas, mas foi substituído mais uma vez – a exemplo do que já havia acontecido contra o Flamengo. É o preço do noviciado, vale para qualquer um. Na hora de sair é o que menos reclama – que o diga o próprio Coritiba no episódio recente com Juan, que deu até espaço para a estreia do novato.
Foi um jogo equilibrado, mas o Coritiba teve ligeiro predomínio. Perdeu uma chance incrível com Kazim (apagou-se depois da fulminante estreia no Atletiba), mas Juninho fez lambança e marcou contra e Wilson – quase sempre irrepreensível – quase se complicou em outro lance.
Daí já estava escrito o caminho da virada e de mais uma entre tantas derrotas coxas no campeonato. Jogar bem, até que o Coritiba jogou. Mas insistiu em bolas altas na área (não tem atacante de boa estatura) e não teve consistência de marcação e cobertura quando foi possível.
Parafraseando com um pouco de exagero: “jogou como nunca, perdeu como sempre”, como diriam os espanhóis antes de conquistarem a Copa do Mundo.
Brasil em campo
Ontem foram as meninas. Passaram de passagem pela China. Para hoje, a grande expectativa é pela estreia da seleção masculina de futebol na Olimpíada do Rio. Expectativa plenamente justificada pelo quilate técnico desse grupo, que, pensando bem, tem até mais potencial do que a seleção dita principal.
E não será surpresa se, em caso de campanha positiva, boa parte desses jovens esteja integrando a equipe que daqui algumas semanas retoma a jornada na disputa por vaga nas Eliminatórias para a Copa da Rússia.
O atleticano Weverton será titular. E não seria de se imaginar diferente, justamente pela firmeza pretendida pelo treinador para o goleiro, apostando também na facilidade – sem ser um Rogério Ceni – que ele tem de também jogar com os pés. Weverton, Renato Augusto e Neymar, os além da idade, formarão justamente o tripé experiente desse time, que, na teoria, apresenta uma formação tática bem interessante.
Apenas Thiago Maia será exclusivamente marcador no meio de campo, mas tanto Renato Augusto quanto Felipe Anderson dividirão outras funções defensivas.
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