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 | Antônio More/Gazeta do Povo
| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

O jogo desta quinta-feira (2) ficou até para segundo plano. Claro que é importante, pois uma boa campanha na Copa do Brasil pode significar o início da redenção depois no mergulho no poço profundo da humilhação.

Mas o Atlético não pode nem cravar favoritismo nesse confronto direto com o Remo, quanto mais prever a possibilidade de classificação em uma partida só. Os paraenses estão mal até mesmo no campeonato deles e enfrentam muitas dificuldades para conseguir chegar à disputa da Série D, a quarta divisão do futebol brasileiro. Em outra temporada qualquer ou em outra situação já seria de se questionar apenas a diferença de gols do placar. Mas para hoje dá para pensar que até um empate pode ser considerado bom resultado em Belém.

Sim, e até mesmo o atleticano mais radical deve concordar comigo. O time que hoje começa a disputar o torneio nacional é o mesmo que não teve competência para se classificar entre os oito primeiros do campeonato estadual – e olha lá que o nível dessa competição também é sofrível – e então pouco se pode alimentar de otimismo.

E esse clima de incerteza que vem tomando conta do clube nos últimos tempos era tudo o que o torcedor não gostaria de viver. À medida que o time ia sendo desmontado sem qualquer critério, apenas para atender desejos pessoais de dirigentes, o torcedor ia se encolhendo e se afastando cada vez mais. O estádio pronto para a Copa do Mundo foi um alento e o que poderia se imaginar seria, enfim, um investimento no futebol, para pode atrair de voltar o aficionado às arquibancadas da bela obra acabada.

Nem isso. Reforços pontuais que foram apontados como necessários pela mídia e por torcedores não foram contratados, em troca da manutenção da política de apostar em jogadores garimpados para a formação final em casa – ação que chegou a dar certo em alguns momentos, pela escora da boa base de atletas experientes a segurar o ritmo. Um a um os talentos foram saindo e o que restou foi isso o que o time tem hoje: algumas boas promessas, ainda verdes demais para tanta responsabilidade, e outras apostas que não vingaram.

Pois agora a diretoria faz o mea culpa e assume erros cometidos. Só que a questão passou a ser de urgência, já que a temporada nacional começa pra valer em um mês e o que é pouco para cumprir o campeonato paranaense é ínfimo para o padrão técnico nacional. E o torcedor, desanimado, já começa a abandonar o barco, pouco se importando com o belo estádio ou o conforto que oferece. Quer mesmo é saber de time, de conquistas, de sonhos que possam pelo menos ser alimentados e não desse desprazer constante que o faz trocar suas preferências por outras opções menos sofridas.

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