| Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo

Talvez a ideia fosse falar do time do Paraná Clube que volta hoje a campo para um confronto complicado contra o J. Malucelli, time certinho, que parece, neste ano, ter ambições maiores do que somente participar do Campeonato Estadual.

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Mas não há como fugir do assunto, pois uma coisa está intrinsecamente ligada à outra: a crise financeira do clube está dilapidando o futebol e a cada dia uma ala do castelo de areia desmorona. Depois do desabafo de domingo, do dirigente Marcus Vinícius, a pancada seguinte foi a demissão do médico do clube, não apenas por não receber seus salários, mas por não ter mais condições de clinicar sem remédios e outros gêneros em falta. Para a partida de hoje houve a corrida atrás de outro médico, exigência legal.

E aí é claro que o foco se desvia do campo, por mais que a campanha da equipe esteja sendo razoável nesse início de temporada. A derrota no clássico se deu por detalhes e o que deve ser louvado é o brio dos profissionais em campo, que, na bola rolando, parecem imunizados contra tudo o que há de ruim e deprimente nos bastidores – onde há clara divisão de grupos (de vaidades conflitantes), conforme declarações tanto do dirigente quanto do médico queixosos.

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Quantos torcedores irão hoje à Vila Capanema? Três mil, que tem sido a média dos últimos anos? Nem isso, provavelmente, pois essa ligação entre torcida e clube, quando a situação se encontra nesse estágio, parece aquele anúncio do biscoito, que vende mais porque é fresquinho ou fresquinho porque vende mais. A torcida não vai a campo porque não tem time ou não tem time porque a torcida não vai a campo?

Nem uma coisa nem outra, mas também o conjunto das duas opções. Como o Paraná Clube já nasceu vencedor – gigante, como diz seu hino –, faturando um título por ano, enquanto Atlético e Coritiba passavam por maus momentos, o torcedor paranista parecia um tanto acomodado sobre as glórias quando os rivais cresceram e ativaram a competitividade. E nunca mais se viu casa cheia como naqueles primeiros tempos vitoriosos, quando tanto dinheiro girou pelo futebol do clube, com contratações milionárias, de treinador e jogadores, que até hoje mexem com a estrutura financeira da instituição. Solução? Choque de gestão, terceirização? Tudo, menos os paliativos que não resolvem mais.

TropeçosIrreconhecível o Coritiba em Foz do Iguaçu. Talvez tenha se desestabilizado pela falha na saída de bola do goleiro Vaná (que chegaram a chamar de Vaneuer, justamente por esse fundamento), mas foi presa fácil para o Foz.

Melhor para o Londrina, que também perdeu (tabu mantido contra o Operário), e em casa, mas ainda assim conseguiu manter a liderança .

Na Baixada, o Atlético fez o serviço com naturalidade, passando pelo Prudentópolis e apresentando Caíque. Fez um gol, trabalho de pivô e deixou boa impressão.

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