Há uma diferença fundamental entre os dois mineiros. O Cruzeiro tem hoje o melhor time do país. Mas o Atlético-MG é copeiro, time de pegada, de decisões instantâneas, de garra, coração e grandes viradas.

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Foi assim que, conduzido pelo curitibano Levir Culpi (com uma comissão técnica paranaense a assessorá-lo), o Galo chegou ontem ao título da Copa do Brasil. Uma conquista justíssima de quem melhor encarnou o espírito da competição, jogando para frente, aberto, buscando sempre a vitória. Mesmo ontem, quando até a derrota por 1 a 0 garantiria o troféu em sua galeria.

Há alguns atenuantes que talvez expliquem o baixo desempenho do Cruzeiro nesse jogo decisivo. A impecável campanha no Campeonato Brasileiro, por exemplo, cuja conquista comemorou domingo passado e dela ainda não se recuperou totalmente. Justifica, mas não explica, pois tem um pouco a ver com o estilo do técnico Marcelo Oliveira, talvez um pouco conservador para esse tipo de decisão.

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O que Levir Culpi já não foi, pois projetou o Atlético ao ataque, construiu a vantagem no primeiro tempo e ontem, quando até poderia se acomodar atrás, posicionou o time na frente, tomando conta do jogo e festejando o título. O seu segundo aliás, pois já havia vencido essa Copa do Brasil uma vez, justamente pelo Cruzeiro.

Mas ontem era dia de Galo, com toda a justiça. De Levir Culpi e seu pessoal.

O melhor ganha

Mesmo quando um clube conquista o campeonato com antecipação, como o Cruzeiro de agora, a fórmula de pontos corridos é a mais justa e a que oferece também outras atrações, com disputas paralelas em diversos pontos da grade de classificação.

É o que se verifica nessas duas rodadas finais, envolvendo pelo menos a metade dos concorrentes em disputas diretas, pelas vagas ainda restantes da Libertadores e pela tentativa de escapar do grupo de rebaixamento. Lá em cima, apenas Cruzeiro e São Paulo estão com o calendário internacional garantido para a próxima temporada. Mas Corinthians, Internacional, Grêmio e até o Fluminense – por causa da vaga conquistada pelo Atlético-MG via Copa do Brasil – fazem contas para projetar possível qualificação para a Libertadores.

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O mesmo que se verifica lá no pé, onde, a rigor, apenas o Criciúma já caiu, ainda que Botafogo e Bahia estejam agonizando, com poucas possibilidades de resgate. Vitória, Palmeiras, Coritiba e Chapecoense ainda terão muita tensão nas próximas duas semanas, no aperto do funil para o rebaixamento. Embora a matemática ainda dê margem a sonhos de botafoguenses e tricolores baianos, a lógica sugere apenas uma vaga ainda em aberto, da qual os outros quatro tentam se livrar.

Se a ideia é ter emoção, isso é o que não vai faltar até o fim do campeonato.

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