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Atlético e Coritiba estão conversando. Bom sinal. Deu aqui no jornal que os presidentes dos dois clubes se encontraram em São Paulo, para onde foram participar de evento com a Rede Globo com tema em torno das cotas de transmissão. E que decidiram se aproximar, tentando fazer valer as reivindicações comuns, que certamente ganham muito mais força do que feitas isoladamente.

O Paraná corre atrás dos demais estados justamente pela falta de união entre os paranaenses. Começando pela política, na desunião das bancas estaduais no Congresso Nacional, como se mais interessante fosse fustigar o governo (confundindo com o estado) do que batalhar pelas causas comuns. E assim, enquanto outras regiões são beneficiadas por recursos, ficamos nós aqui trocando acusações sobre quem teria feito mal a quem.

No futebol não tem sido diferente. Nos últimos tempos, especialmente, quando os dirigentes de clubes ativaram cada vez mais a adrenalina de torcedores e passaram a agir como se estivessem nas arquibancadas e não numa posição bem mais acima, como seus cargos exigiriam. E foi assim que estádios não foram cedidos, troféus não foram entregues, parcerias não foram constituídas e nem mesmo aquelas trocas tão benéficas entre jogadores não aproveitados tiveram andamento – sob o receio de armar o adversário.

Lá fora a rivalidade entre os principais clubes é tão intensa quanto a nossa. Mais em alguns casos, menos em outros, conforme cada enfoque. Mas o que comumente se vê é dirigentes de Internacional e Grêmio ou de Atlético/MG e Cruzeiro unidos em torno de interesses comuns. Para depois, com a bola rolando, tratarem de suas paixões e de seus enfrentamentos.

Já tivemos os clubes bem próximos por aqui. Quando engatinhávamos para o que hoje é o campeonato brasileiro e o então Robertão só permitia a presença de um representante paranaense. Em alguns anos, o campeão. Em outros, o vencedor de um torneio especial para tal. Quem entrava poderia contar com dois jogadores dos demais, que tinham, por isso, direito a uma parcela nas receitas de bilheteria. Além do reforço das torcidas, claro, que então não nutriam esse ódio dos dias de hoje, que se sobrepõe ao amor pelo próprio clube.

Hoje isso não seria mais possível, pois todos têm calendário na temporada inteira. Mas ações comuns são possíveis e necessárias. E esse gesto de aproximação entre os presidentes dos dois maiores clubes do Paraná pode ter um significado muito maior do que a simples reivindicação de melhores cotas de pay-per-view ou algo tão de momento assim. Pode expressar a guinada tão necessária ao definitivo crescimento do futebol paranaense.

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