O ambiente que circunda a eleição do Atlético lembra bem o que se passa nesse país. Ou quase, pois nada consegue ser igual à ridícula situação que envolve o jogo do poder no qual pesam apenas os interesses pessoais ou partidários, com nenhum interesse voltado aos reais problemas do povo e às necessidades que todos nós tempos de sobreviver. E numa fase em que as redes sociais estão inundadas por indignações seletivas (só interessa reclamar daqueles que “estão do outro lado”, por mais que do seu também estejam fazendo o mesmo), o desanimado torcedor atleticano vê quase tudo acontecendo da mesma maneira em seu próprio quintal.
De concreto, de propostas, quase nada. O que se tem é uma irritante troca de acusações e uma preocupação muito grande em denegrir aqueles que estão em chapas adversárias, pouco espaço se dando ao debate de ideias, que, por mais divergentes que sejam, podem muito bem ser pautadas em uma civilizada mesa de discussões.
O Atlético é um clube grande, talvez esteja hoje entre as referências do futebol brasileiro pelo que construiu de patrimônio moderno voltado à preparação de atletas e à disputa de suas partidas. O centro de treinamento já foi inclusive requisitado por seleções e o estádio, além de exibir um inédito e oportuno teto retrátil, pode ser também um marco para grandes espetáculos (como o que vai ter, sertanejo, na mesma noite da eleição).
Mas o Atlético tem sido grande com mentalidade pequena. Foi assim quando, campeão brasileiro, partiu para a disputa da Copa Libertadores da América do ano seguinte. Jogadores vaidosos, todos falando em ir jogar em outro clube, um time desunido e uma diretoria se desmanchando levaram a uma campanha pífia na competição continental. O cavalo passou encilhado e ninguém soube aproveitar.
De volta ao bloco intermediário, dos coadjuvantes, o Atlético se reergueu e chegou novamente à disputa de um título brasileiro (inexplicavelmente perdido numa inoportuna pendenga entre presidente e treinador às vésperas de jogo decisivo) e, em seguida, de uma Libertadores. Como não era grande, perdeu a queda de braço para o São Paulo e teve de jogar fora de Curitiba. Foi vice, mas nem dessa situação soube se aproveitar, caindo de novo na vala comum no ano seguinte.
O Atlético é grande, tem potencial de grande, mas não consegue crescer porque a vaidade de seus dirigentes fala mais alto, deixando de lado os interesses do clube em troca de picuinhas pessoais. Não há união. Pelo contrário, cada vez mais as pessoas se distanciam e isso reflete diretamente nas atividades do clube.
A eleição de sábado vai pôr um fim nisso? Assim, sem propostas claras e concretas, parece ser muito difícil.
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