Ganhou o melhor, título justíssimo para a Alemanha.
Já se sabia de antemão que ali estava a equipe com melhor índice técnico e tático para essa Copa do Mundo que ontem se encerrou. E que não surgiu de um momento para o outro, como num passe de mágica que alguns treinadores ainda insistem em utilizar.
Esse título alemão começou a ser forjado em 2002, na perda da final para o Brasil. Quatro anos depois, anfitrião do torneio, mas ainda com um time muito jovem, foi eliminado numa semifinal em casa, ainda por falta de rodagem. Na África do Sul a engrenagem ainda não estava pronta, mas, de qualquer maneira, veio outra semifinal.
E nessa copa brasileira não teve quem jogou tanto quanto a Alemanha. Desde a primeira mostra, o cartão de visitas contra Portugal, até a histórica (e dolorida para nós) goleada da semana passada sobre os donos da casa. Houve dificuldade em um jogo, em outro, mas em momento algum o favoritismo germânico foi contestado. Na final de ontem, uma partida de muito respeito entre as partes. Tanto quanto o Brasil a Argentina era inferior na balança técnica, mas a diferença foi no comportamento em campo. Enquanto os brasileiros se abriram e atacaram, os argentinos fecharam a defesa e ocuparam os espaços que poderiam ser perigosos.
E foram levando até os instantes finais, quando Götze fez aquele golaço que deu a vitória na prorrogação. Foi um jogo fechado, mas muito bom, bem estudado e bem jogado. E a Alemanha ganhou porque soube ser melhor o tempo todo na copa e no jogo de ontem.
Reciclagem
E sobre a seleção brasileira, o que vale é uma repaginada geral. Em tudo, das concepções táticas dos nossos treinadores ao emocional da torcida, que sempre acha o seu time melhor antes de começar qualquer competição e dali a alguns dias o pior, à medida que não consegue superar as etapas. Exceto pelo exagerado placar da semifinal, o Brasil ficou no lugar onde merecia estar, pelo time que apresentou nessa Copa. Não que os jogadores sejam culpados, eles não sabem fazer mais do que isso. Relembro aqui, mais uma vez: a lista dos convocados do treinador nacional foi praticamente unânime entre os brasileiros. Temos de entender: o Brasil não tem mais o melhor futebol do mundo faz um bom tempo.
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