Comparações insistentes antes do clássico de ontem. O Coritiba mudou apenas dois jogadores em relação ao último jogo da temporada passada; o Paraná Clube mudou cinco já a partir da primeira rodada do Estadual. O Paraná tem uma folha de pagamento dez vezes menor que a do Coritiba. O Coritiba já tem o time montado para a Primeira Divisão nacional; o Paraná não sabe nem se é esse o time do Campeonato Paranaense.

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Mas o futebol ensina que esses fatores só funcionam para assunto de conversa, nada dentro de campo quando a bola rola. E o resultado de igualdade no placar da Vila Capanema é a melhor comprovação. O clima do clássico equilibra as coisas e permite que o nível de atuação das equipes se aproxime.

O Coritiba saiu com vantagem, dava a impressão de poder exercer de fato o favoritismo da teoria, mas a expulsão de Jéci permitiu o equilíbrio na partida, abrindo os espaços para o Paraná. Quando Rafinha saiu, então, foi de se imaginar a possibilidade de os tricolores tirarem proveito da então expressiva vantagem numérica, o que a infantilidade de Javier Méndez impediu, provocando a expulsão em lance de pura imprudência.

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E o clássico foi levando até o fim a esperança de gol, de ambos os lados, deixando a sensação de um jogo bem jogado, apesar de tantas diferenças constatadas entre as duas equipes.

Afinal de contas, como diria aquele atacante, "clássico é clássico e vice-versa".

Teimosia

O técnico Sérgio Soares jura que Paulo Baier não é o segundo volante. É um meia recuado, para qualificar a saída de bola – justifica. Mas, na prática, o capitão atleticano é tudo o que o treinador garante não ser: segundo volante.

E aí, por insistência do comandante, Baier se perde em campo, compromete seu potencial técnico com a necessidade de marcar e, na onda, leva todo o time do Atlético à insegurança. A exemplo do que ocorreu nas duas primeiras rodadas, sábado foi novamente assim, com um time desfigurado em campo a correr atrás de um adversário de menor porte técnico, mas muito aplicado. E Paulo Baier, sofrendo para tentar marcar, levou até um merecido cartão amarelo pela falta mais dura cometida no meia do Iraty. Coisa bem de quem não sabe marcar.

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Só tem uma explicação. Sérgio Soares é chegado a grandes emoções. Ou é daqueles que complica primeiro para depois dizer que consertou e tudo deu certo. Foi assim na entrevista de sábado, quando ele se vangloriou por ter feito o óbvio: soltar Paulo Baier para jogar e criar à vontade.

O Atlético venceu de virada, apesar da tola insistência do treinador.