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Com o Atlético tem de ser tudo no sofrimento, na emoção, na vibração. E ontem não foi diferente. Não começou jogando bem, sentia falta de melhor distribuição de jogadas e não conseguia impor o ritmo que seria necessário para chegar à vitória. As peças não se encaixavam e por isso havia exagero nas tentativas de bolas longas, das ligações diretas, que nem sempre funcionavam.

Foi preciso voltar para o segundo tempo com uma boa conversa (e com Fran Mérida na armação) para o time mostrar novo compromisso. Uma blitz nos instantes iniciais mostrou o que poderia ser o jogo dali em diante. Tanto que logo chegou o gol, no leve desvio de Manoel. Mas veio um castigo em seguida, no gol impedido de Ávila, que o árbitro validou. E dali em diante, até o minuto final, foi só tensão e sofrimento. Cartões vermelhos, contusão e as duas equipes terminando com oito jogadores cada. E um gol salvador de pênalti, no último lance do tempo legal, bem convertido por Éderson. Daí, a cobrança dos tiros de pênalti, a emoção de cada acerto, o desespero de cada perda e pela segunda vez o Atlético quase se viu perdido, com duas cobranças desperdiçadas. Mas reagiu novamente, virou o placar e se garantiu. Fim do sufoco. O Atlético está novamente na Libertadores da América. Bem ao seu jeito, mas com todos os méritos.

Clássico é clássico

Previsão de público para o Atletiba de domingo? Casa cheia. Sim, interesse total do torcedor em torno do principal clássico do futebol paranaense. Para a vibração da arquibancada não importa o desprezo que alguns dirigentes dão ao Campeonato Estadual. O que vale, aí, é a rivalidade entre as partes, capaz de mudar o rumo de qualquer projeto ou campanha. O Atlético, por exemplo, mandante do jogo, está com a corda no pescoço e por mais que seu presidente declare não ter o mínimo interesse em saber como andam as coisas na competição, o torcedor se incomoda. Ele, os jogadores e a comissão técnica. Ou alguém gosta de apanhar sempre e sair com um sorriso amarelo nos lábios. O tom da conversa do técnico Dejan Petkovic nas entrevistas mais recentes faz transparecer o desconforto pelo qual ele e seus companheiros de trabalho estão passando.

Para o treinador, brilhante na carreira de jogador, começar nova etapa profissional com um trabalho de resultado duvidoso, não é nada interessante. Por isso, talvez, ele esteja passando uma indecisão incomum aos técnicos profissionais. Em Paranaguá, domingo passado, na derrota para o Rio Branco, a escalação do Atlético (contrariando as normas, que determina divulgação 45 minutos antes do jogo) só saiu depois do aquecimento, quando houve uma pequena reunião dentro de campo para a concepção do time que jogaria dali a pouco. No Coritiba a situação é um pouco diferente, ainda que também delicada. Tem o lenitivo de ter vencido o clássico contra o Paraná, mas o trabalho do técnico Zé Carlos e dos jovens jogadores aproveitados nessa largada do campeonato está muitos furos abaixo do mínimo que se poderia desejar.

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