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Sinais dos tempos. O mundo era melhor, mais calmo e mais afetuoso há algumas décadas. Talvez até pela dificuldade de interação, com o contato mais restrito e esporádico entre as pessoas, havia um respeito muito grande e muita consideração entre as partes. Havia uma cordialidade que hoje não se encontra mais, fruto dessa permanente invasão de privacidade que as redes sociais proporcionam, principalmente nas figuras públicas que, agora sim, passaram a ser mais públicas do que nunca.

Com os jogadores de futebol, então, a relação com a torcida era de uma quase permanente idolatria. Se não para todos, para aqueles que mais se destacavam na equipe, num tempo em que não havia essa rotatividade de hoje e muitos deles se eternizavam vestindo a camisa de seus clubes.

Primeiro vieram as transmissões diretas de TV e o que era um raro contato em uma partida e outra no estádio passou a ser um acompanhamento constante, dos jogos e do dia a dia, gerando uma aproximação que levou à inconveniente intimidade daquele que se achava no direito de cobrar atitudes e desempenhos em qualquer lugar público, como se o atleta não fosse um sujeito comum, com direito à vida social e pelo menos um pouco de privacidade.

Com o advento das redes sociais, então, tudo se escancarou. E as cobranças deixaram de ser vaias e apupos após as partidas mal jogadas, substituídas por agressões verbais e físicas, depredação de automóveis e outros bens dos profissionais, invasão de treinos, de vestiários, tocaia em aeroportos, ruas/estradas.

O torcedor não sabe (ou se tem consciência finge ignorar) que essas atitudes só pioram situações que já não andam bem. Principalmente no futebol de hoje, que, por força do dinheiro mais forte lá de fora, tem, como norma, montar as equipes com jogadores jovens, recém-lançados, que não estão preparados para suportar a carga de tensão que cobranças exacerbadas provocam.

Uma vaia dirigida, por exemplo, premeditada, por pura implicância, só age contra o próprio time. E o torcedor, que descarrega sua frustração em um determinado jogador o tempo todo, desde o primeiro toque de bola, só contribui para atrapalhar ainda mais o momento de sua equipe, pois este jovem certamente não renderá pelo menos o mínimo que dele se poderia esperar. Inimigo na trincheira, bem isso.

Caindo na real

Não teve jeito, é o fim da linha. O Atlético apostou todas as suas fichas na Copa Sul-Americana, mas foi incompetente para defender o resultado conquistado em casa. logo de chofre levou o primeiro gol (não sei como esse Vilches joga na seleção campeã da América), foi capitulando e tomou o segundo. E aí não teve forças para tentar fazer pelo menos um, para garantir a classificação.

No fundo do fundo, foi importante. Caiu na real, vai tomar consciência de todas as deficiências que esse time tem, nada diferente daquele que penou para se manter no campeonato paranaense da temporada.

Precisa, agora, pensar no campeonato brasileiro. No qual se imaginou protagonista e se descobriu mero figurante. Que só precisa garantir uns pontinhos para se manter na primeira divisão.

Pouco, muito pouco para uma diretoria que alardeou conquistas internacionais.

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