Falta pouco, já dá até para começar a planejar a logística da Copa do Mundo do ano que vem. Falta um ponto só para a classificação da seleção brasileira ao Mundial da Rússia e tudo indica que a consolidação da posição virá nessa leva de suas partidas pelas Eliminatórias, a serem disputadas hoje [quinta-feira] e terça-feira que vem.

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Hoje é mais complicado, pois o adversário é o Uruguai, que até a notável ascensão da equipe comandada pelo técnico Tite, era a seleção líder na classificação das Eliminatórias sul-americanas. Tem bom potencial técnico, joga em casa e só tem um problema sério: não poder contar com Luis Suárez, seu principal jogador, suspenso.

Poderia ser até mais sério se Cavani não estivesse passando por fase tão boa, a ponto de se firmar como um dos principais artilheiros da temporada europeia. Mesmo assim, fica sozinho lá na frente e poderá sentir a falta da companhia do parceiro qualificado.

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A seleção brasileira também tem um desfalque considerável, Gabriel Jesus. Mas ele mesmo disse – e com razão – que sua ausência não será tão sentida quanto a de Suárez, pela possibilidade de absorção das jogadas pelos talentosos companheiros e até pela entrada de Roberto Firmino em seu lugar. Firmino tem um estilo que se aproxima ao do ex-palmeirense, mas sem o refino da técnica da jovem estrela. Tem funcionado muito bem no ataque do Liverpool, pelo ótimo entendimento que mantém com Philippe Coutinho, o que certamente levará para o ataque do escrete nacional.

Por que Tite tem uma vantagem em relação aos demais treinadores que ocuparam seu cargo nos últimos tempos? Ele convoca o jogador e faz com que este repita na sua formação aquilo que costuma fazer no clube, razão de sua convocação. Não como alguns antecessores, que convocavam alguém que brilhava muito por ocupar a faixa esquerda do campo (Ronaldinho Gaúcho, por exemplo) e depois o escalava, digamos, pela direita.

Tite respeita o estilo de jogo de seu atleta e certamente porá Firmino em campo para fazer um papel semelhante ao desempenhado por Gabriel Jesus, acatando suas características de movimentação e rendimento. E a tendência será a seleção brasileira apresentar um futebol consistente e objetivo, que tem sido a marca dessa nova era de trabalho.

Não vai ser fácil, repito. E até dá para considerar o empate no Estádio Centenário como bom resultado, ponto ganho fora de casa. E justamente o ponto que falta para garantir o calendário do ano que vem. Mas dá para torcer pela vitória, por que não? Os uruguaios vão querer se soltar, empurrados pela torcida que certamente cobrará desempenho ofensivo. E aí pode abrir espaço para os contra-ataques da seleção brasileira, que sempre tem funcionado bem, com Neymar e Coutinho verticalizando em direção à área contrária.

Afinal de contas, ganhar lá no Centenário sempre é muito saboroso.

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