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Não me lembro de uma seleção tão próxima do consenso quanto essa convocada ontem pelo técnico Luiz Felipe Scolari. Uma contestação aqui, outra ali, mas basicamente em jogadores reservas, que tanto poderiam ter ido quanto ter ficado de fora da convocação.

Um rápido exercício de memória, sem pesquisa nem nada, me remete a alguns questionamentos que marcaram por ausências sentidas. Nessa última mesmo, de 2010, o país inteiro queria ver Paulo Henrique Ganso e Neymar pelo menos no grupo que foi à África do Sul. E poderiam mesmo ter feito a diferença, constatou-se depois.

Mas já havia sido assim com Romário e Alex em 2002, com Neto em 1990 (era uma unanimidade nacional) e com Falcão em 1978. Cotadíssimos para serem, inclusive, titulares.

Agora, não. O grupo que seria chamado para a Copa do Mundo que se aproxima já estava praticamente definido e na cabeça de cada brasileiro pelo menos 18 a 20 jogadores eram apontados sem qualquer erro. Restavam aqueles últimos, que o próprio treinador admitia poderem causar alguma surpresa. E se houve alguma foi na disputa direta entre dois paranaenses, ex-Coritiba, Miranda e Henrique. De resto, nada que não pudesse sinalizar a lista de um ou de outro torcedor.

E por que Henrique e não Miranda, já que o zagueiro do Atlético de Madri vive ótimo momento? Henrique também faz boa campanha no Napoli, só não tem a mesma luz do atleticano, decidindo o título espanhol e presente na final da Liga dos Campeões. Felipão confia no ex-palmeirense justamente pelo fato de ter com ele trabalhado no clube, utilizando-o, inclusive, como volante quando foi necessário. Além da convivência, essa dupla função de Henrique deve ter pesado na escolha.

Os titulares também devem estar definidos e se nenhuma lesão atrapalhar é praticamente certo que o time que vai estrear contra a Croácia será o mesmo que venceu a Espanha na final e conquistou a Copa das Confederações, no ano passado. Por mais que haja reservas do torcedor quanto a Júlio César, marcado pelo gol que levou contra a Holanda, em 2010, e que nos trouxe para casa antes da hora. A alegação é a de que não está jogando regularmente, perdido lá na liga canadense. Mas é bom lembrar que Taffarel se encontrava na mesma situação em 1994, perdido lá na periferia do futebol italiano, no pequeno Reggiana. E foi o que foi na garantia do tetracampeonato.

Atletiba

Em termos paranaenses, tudo equilibrado. O ex-atleticano Fernandinho e o ex-coxa Henrique estão no grupo. E enquanto o estádio do Atlético será sede dos jogos da Copa em Curitiba, a seleção brasileira tem o presidente do Coritiba como chefe de delegação.

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